quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

BUSCA

“Volve-te, pois, para a oração de teu servo, e para a sua súplica, ó SENHOR meu
Deus, para ouvires o clamor e a oração que o teu servo hoje faz diante de ti” (I Reis 8:28).

A palavra “clamor” neste verso pode ser traduzida por implorar. Entre alguns significados de implorar está 1) pedir com lágrimas ou em tom de súplica chorosa;    2) pedir humildemente a ajuda de; 3) solicitar com insistência.
O desejo intenso de que Deus abençoasse aquela nova etapa da vida do povo, com a construção do templo, fazia com que Salomão se dirigisse ao Senhor todo poderoso com lágrimas, em humildade e insistentemente, traduzindo os sentimentos do seu coração que anelava profundamente pela resposta de Deus.
Na Bíblia,  temos vários exemplos de pessoas que clamaram, entre eles o de Ana, I Sm 1.11-17; e o cego de Jericó, em Mc 10.47-52. Nenhum dos dois se deixou intimidar pelas forças das circunstâncias. Ana, mesmo sendo mal interpretada por Eli, não se ofendeu, mas se entregou totalmente ao seu pedido crendo que seria ouvida. O cego não se deixou intimidar pela multidão, pelo contrário, ele clamava cada vez mais alto, tendo fé que seria ouvido. O resultado é que ambos foram ouvidos. Ana teve o filho desejado e o cego Bartimeu a cura para os seus olhos.
Quanto é que você deseja realmente ser abençoado? A sua oração é rotineira e displicente ou você realmente busca com intensidade de alma, com clamor, o que você deseja de Deus?


Publicado em O Jornal Batista, 15nov2015

Mães e Filhas: O Vínculo que Cura, o Vínculo que Fere

Cada filha leva consigo a sua mãe. É um vínculo eterno do qual nunca poderemos nos desligar. Porque, se algo deve ficar claro, é que sempre teremos algo de nossa mãe.
Para termos saúde e sermos felizes, cada uma de nós deve conhecer de que maneira nossa mãe influenciou nossa história e como continua influenciando. Ela é a que, antes de nascermos, ofereceu nossa primeira experiência de carinho e de sustento. E é através dela que compreendemos o que é ser mulher e como podemos cuidar ou descuidar do nosso corpo.
Nossas células se dividiram e se desenvolveram ao ritmo das batidas do coração; nossa pele, nosso cabelo, coração, pulmões e ossos foram alimentados pelo sangue, sangue que estava cheio de substâncias neuroquímicas formadas como resposta a seus pensamentos, crenças e emoções. Quando sentia medo, ansiedade, nervosismo, ou se sentia muito aborrecida pela gravidez, nosso corpo se inteirou disso; quando se sentia segura, feliz e satisfeita, também notamos.
– Christiane Northrup –
Mães e filhas

O legado que herdamos de nossas mães

“A maior herança de uma mãe para uma filha é ter se curado como mulher”
– Christiane Northrup –
Qualquer mulher, seja ou não seja mãe, leva consigo as consequências da relação que teve com sua progenitora. Se ela transmitiu mensagens positivas sobre seu corpo feminino e sobre a maneira como devemos trabalhá-lo e cuidá-lo, seus ensinamentos sempre irão fazer parte de um guia para a saúde física e emocional.
No entanto, a influência de uma mãe também pode ser problemática quando o papel exercido for tóxico, devido a uma atitude negligenciada, ciumenta, chantagista ou controladora.
Quando conseguimos compreender os efeitos que a criação teve sobre nós, começamos a compreender a nós mesmas, a nos curarmos, e a sermos capazes de assimilar o que pensamos de nosso corpo ou a explorar o que consideramos possível conseguir na vida.

A atenção materna, um nutriente essencial para toda a vida

Quando uma câmera de TV filma alguém do público em algum evento esportivo ou qualquer outro acontecimento… O que as pessoas costumam gritar? “Oi, mãe!”
Quase todos nós temos a necessidade de sermos vistos por nossas mães, buscamos sua aprovação. Na origem, esta dependência obedece às questões biológicas, pois precisamos delas para subexistir durante muitos anos; no entanto, a necessidade de afeto e de aprovação é forjada desde o primeiro minuto, desde que olhamos nossa mãe para sabermos se estamos fazendo algo certo ou se somos merecedores de uma carícia.
Mães e filhas
Assim como indica Northrup, o vínculo mãe-filha está estrategicamente desenhado para ser uma das relações mais positivas, compreensivas e íntimas que teremos na vida. No entanto, isso nem sempre acontece assim…
Com o passar dos anos, esta necessidade de aprovação pode se tornar patológica, gerando obrigações emocionais que propiciam que nossa mãe tenha o poder sobre nosso bem-estar durante quase toda a nossa vida.
O fato de que nossa mãe nos reconheça e nos aceite é um sede que temos que saciar, mesmo que tenhamos que sofrer para conseguir isso.  Isso supõe uma perda de independência e de liberdade que nos apaga e nos transforma.

 Como começar a crescer como mulher e filha?

NÃO PODEMOS ESCAPAR DESSE VÍNCULO, POIS SEJA OU NÃO SAUDÁVEL, SEMPRE ESTARÁ ALI PARA OBSERVAR NOSSO FUTURO.
A decisão de crescer implica limpar as feridas emocionais ou qualquer questão que não tenha sido resolvida na primeira metade de nossa vida. Esta transição não é uma tarefa fácil, pois primeiro temos que detectar quais são as partes da relação materna que requerem solução e cicatrização.
Disso depende nosso senso de valor presente e futuro. Isso acontece porque sempre há uma parte de nós que pensa que devemos nos dar em excesso para a nossa família ou para o nosso parceiro para sermos merecedoras de amor.
A maternidade e, inclusive, o amor de mulher continuam sendo sinônimos culturais na mente coletiva. Isso supõe que nossas necessidades sejam sempre relegadas ao cumprimento ou não das dos demais. Como consequência, não nos dedicamos a cultivar nossa mente de mulher, senão a moldá-la ao gosto da sociedade na qual vivemos.
As expectativas do mundo sobre nós podem ser muito cruéis. De fato, eu diria que constituem um verdadeiro veneno que nos obriga a esquecer nossa individualidade.
Estas são as razões que fazem tão necessária a ruptura da cadeia de dor e cicatrização íntegra de nossos vínculos, ou as lembranças que temos deles. Devemos estar cientes de que estes vínculos se tornaram espirituais há muito tempo e, portanto, cabe a nós fazermos as pazes com eles.
Fonte consultada: Mães e filhas de Christiane Northrup
Texto original em espanhol de Raquel Aldana

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

#SOMOSOPOVODACRUZ

Há um clamor em nossos corações. Há um clamor no coração do povo salvo por Cristo Jesus por intermédio da Cruz. Há um clamor nas igrejas espalhadas pela face da terra. Há um clamor que sobe aos céus!

Nesses últimos tempos temos sido impactados pelas notícias de cristãos martirizados por amor a Jesus. A Missão Portas Abertas, que trabalha com cristãos perseguidos no mundo, classificou os 10 países, no ano de 2014,  onde seguir a Cristo pode custar a vida: Coreia do Norte, Somália, Iraque, Síria, Afeganistão, Sudão, Irã, Paquistão, Eritreia e Nigéria.  Desde 2002, e também para a Classificação dos Países Perseguidos 2015, a Coreia do Norte continua a ser o lugar mais difícil do mundo para praticar o cristianismo.

Entre os perseguidores atuais dos cristãos, um dos grupos de terror mais conhecidos é o Estado Islâmico (EI) que quer dominar a Jordânia, Israel, Palestina, Líbano, Chipre e o sul da Turquia. Ele obriga as pessoas que vivem nas áreas que controla a se converterem ao islamismo, além de viverem de acordo com a interpretação sunita da religião e sob a lei charia, o código de leis islâmico. Aqueles que se recusam podem sofrer torturas e mutilações ou serem condenados a pena de morte. O grupo é particularmente violento contra muçulmanos xiitas, assírios, cristãos armênios e yazidis.

Estarrecidos, temos visto imagens de martírio e violência contra nossos irmãos que muitas vezes desafiam nossa compreensão da realidade. De forma pejorativa, o EI chama os cristãos de “o povo da cruz”. Muitas pessoas colocaram nas redes sociais a frase em hastag: #somosopovodacruz ou #eutambémsouopovodacruz a fim de expressar solidariedade aos heróis da fé do nosso tempo.

Nas casas, nos templos, nas ruas e nas escolas os cristãos estão sendo perseguidos. Meninas cristãs são sequestradas e vendidas como escravas sexuais. Homens, mulheres e crianças fogem para as montanhas, para outras cidades ou países, mas muitos deles não têm condições ou tempo para isso e morrem ou sofrem violência por causa da sua fé em Cristo Jesus.

“Alguns foram torturados até a morte, outros acorrentados e jogados na cadeia, outros foram mortos a pedradas, outros serrados ao meio e outros mortos à espada... andavam como refugiados pelos desertos e montes, vivendo em cavernas e em buracos na terra.”


“E o mundo não era digno deles” (Hebreus 11.36).

Zenilda Reggiani Cintra, publicado em OJB março/2015.

NATAL - O ESTRESSE DO NATAL

“Glória a Deus nas alturas, Paz na terra, boa vontade para com os homens” (Lucas 2.13-14).

Natal é tempo de paz ou deveria ser assim. Porque Jesus é a paz, assim deveria ser na terra e em nossos corações,  mas na verdade muitas vezes é um tempo de muito estresse.

Vários fatores contribuem para o estresse nesta época natalina: a preparação das comemorações, compras de presentes, ter dinheiro para comprá-los, decoração, não conseguir encontrar o presente especial que procura, esquecer alguém para quem você deveria ter comprado um presente, ceia de Natal, ter a roupa certa para todas as ocasiões sociais, ganhar peso, limpar a casa, saber que o ano está chegando ao fim, enfrentar parentes com os quais você tem dificuldades nos relacionamentos,  dividir o tempo com os sogros e pais, saber que talvez você vai passar o Natal sozinho, fazer parte de uma família que celebra separadamente por causa de um divórcio, organizar as viagens, a falta de entes queridos que já faleceram e outros motivos. Quando você faz uma lista como esta é fácil ver por que o Natal é um período de estresse para muitas pessoas.

Será que Cristo tem algo a nos dizer em meio a toda essa correria porque, afinal, é a sua festa de aniversário?  Há uma pequena história em Lucas que mostra como correria e estresse ficam no caminho do que mais importa. Não era o seu aniversário, mas um momento de comunhão com amigos e Jesus foi o convidado de honra. Na história narrada em Lucas 10, Jesus e os seus discípulos chegaram a uma aldeia onde uma mulher chamada Marta abriu sua casa para eles. Ela ficou distraída com os preparativos para receber bem os convidados enquanto a sua irmã, Maria, se dedicava a ouvir o Mestre. Isso não soa familiar para nós?

Como Marta, podemos ficar tão distraídos por todas as coisas aparentemente necessárias e por esse motivo nos estressarmos.  O problema não é o que escolhemos, mas o que deixamos de fora. Algumas das coisas que elegemos não são realmente prioridades. A resposta é ser como Maria. Ela percebeu que passar o tempo com Jesus era mais importante do que as preparações externas. A escolha de Marta não tinha sido ruim. As coisas que ela estava trabalhando eram todas boas, mas não eram as escolhas mais sábias no momento. Por quê? Jesus estava lá!

Todos os preparativos de Natal são bons, mas não são "apenas uma coisa" que é "necessária”. E essa coisa que é necessária neste Natal é passar o tempo com Jesus, em uma relação de amor íntimo e pessoal. Nunca devemos ficar tão ocupados com as coisas exteriores que negligenciemos o culto ao Senhor, de preparar o nosso coração para recebê-lo, dar-lhe de presente a nossa adoração e deixar que a sua paz domine em nossos corações em meio aos dias turbulentos e ocupados desta época do ano.


(Inspirado em How to Handle Holiday Stress, by Matthew Rogers)
Zenilda Reggiani Cintra, publicado em OJB, dez/2014

NATAL - OS SONS DE NATAL

A primeira vez que ouvi um coro cantar o Messias de Handel em um concerto ao vivo, fiquei maravilhada. Eu estava no Seminário do Sul, no Rio de Janeiro, e aquele som me surpreendeu. Depois disso ouvi muitos outros coros com performances do Messias e outros repertórios que me impactaram e, então, pergunto-me como seria a minha reação ao ouvir uma multidão de anjos louvando a Deus. 

Quando pensamos sobre aqueles pastores da história de Natal, nas campinas de Belém, e como a glória de Deus se manifestou de forma que eles ficaram com medo, não podemos imaginar aqueles sons únicos. Primeiro, o anjo dizendo-lhes: “Não temais, porque eis aqui vos trago novas de grande alegria, que será para todo o povo: pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor” (Lucas 2:10-11), e depois aquele coro extraordinário com a multidão do exército celeste, louvando a Deus, e dizendo: “Glória a Deus nas alturas e na paz da terra, boa vontade para com os homens” (Lucas 2.13,14). Eu sei que os sons que ouço no Natal não podem se comparar com o que os pastores ouviram, mas os meus sons são muito especiais: 

1. A leitura dos textos bíblicos que narram a história do Natal é um dos sons que mais gosto de ouvir. Gosto de ouvi-los nos momentos de culto, nas reuniões familiares, de lê-los diretamente da Bíblia e, às vezes, em voz alta porque torna os fatos ainda mais vivos; 

2. Amo a música de Natal. Gosto de algumas recentes, mas nada como nossas antigas canções de Natal como "Noite de Paz”, “Surgem Anjos Proclamando”, “Alta Noite Estão Pastores”, “Povos Cantai” e outros. As palavras dessas músicas são poderosas porque passam de geração em geração contando a história do Natal e nos trazem recordações preciosas;

3. Como são alegres os risos do Natal quando a família e os amigos se reúnem! O riso das crianças é um daqueles sons de Natal que gostaríamos de agarrar para nunca perdê-los. Não é alegres que ficamos em festas de aniversário? Bem, o Natal é quando celebramos o nascimento de Cristo e, então, a alegria deve estar presente;

4. Outro som que gosto de ouvir no Natal é o "Quero". Como era bom ouvir minhas filhas, quando pequenas, me dizerem o que queriam para o Natal. Isso nos ajudava a determinar o que elas realmente gostariam, mas é lógico que nem sempre podiam ter tudo o que queriam. É maravilhoso saber que também podemos falar com Deus a respeito dos nossos desejos e necessidades e que ele nos ouve também!

Estes são alguns dos sons que me inspiram. Provavelmente você tem os seus próprios sons, mas que todos nós tenhamos tempo para lembrar o significado daqueles primeiros sons de Natal vindos da multidão de anjos celestiais que anunciavam o nascimento de Jesus, o nosso Salvador. 

(Inspirado em The Sounds of Christmas, Julia Bettencourt)
Zenilda Reggiani Cintra, publicado em OJB dez/2014