sexta-feira, 16 de outubro de 2009

AMIGAS (Pastoreio Mútuo)

Quando minha irmã era pequena sempre se referia a sua “patotinha”. A palavra era motivo de brincadeira na família, mas para ela indicava as amigas em quem confiava e eram importantes naquele momento da sua vida.

Toda mulher precisa de uma “patotinha”, amigas verdadeiras que tornem a vida mais doce e mais alegre. Pastoras e esposas de pastor, líderes em qualquer área, profissionais, mulheres em qualquer idade, todas nós precisamos de amigas. Li recentemente que uma mulher precisa de pelo menos cinco tipos de amigas: a alegre e dinâmica que a motiva a ir adiante, a que conhece todo o seu passado e é capaz de partilhar momentos nostálgicos, uma que seja o ombro para chorar nos momentos difíceis, uma conselheira sensata e outra que seja franca para dizer as verdades que precisamos às vezes ouvir. Achei interessante e pertinente. Acrescentaria, como característica a todas, a fé, ainda que precisamos também ter amigas verdadeiras que não conheçam a Cristo, a fim de que por meio da amizade possamos ser um espelho do amor de Deus.

Sempre tive amigas especiais nos diversos estágios de amadurecimento, no ministério, como pessoa, como mãe, como esposa, enfim, mulheres que foram instrumentos de Deus para o meu consolo e crescimento.

Uma história que me faz pensar na necessidade feminina de ter amigas é a de Maria quando soube que estava grávida. Para ela, uma mulher muito jovem ainda, a visitação do anjo, o fato de estar grávida ainda virgem e a nova vida que se descortinava diante de si eram, certamente, motivos para perplexidade e muitas perguntas para as quais não havia resposta imediata. E para onde ela vai? Falar com outra mulher, Isabel, também vivendo um momento singular em sua vida, certamente perplexa diante da gravidez em sua velhice, do marido que estava mudo, mas uma mulher experiente, esposa de um sacerdote e ambas cheias de fé. As realidades eram diferentes, mas a gravidez era a experiência comum. As duas conversam, animam-se, em solidariedade, companheirismo e aceitação, entendendo o mover de Deus na vida de ambas e, no final, Maria consegue cantar, alegrar-se por tudo o que está acontecendo e glorificar no nome do Senhor. Como é importante termos amigas para compartilhar nossas perplexidades, interrogações, alegrias, tristezas, sonhos e encontrar nelas aconchego e palavras de fé!

Recentemente Deus acrescentou a minha vida um grupo de novas amigas, uma “patotinha” para este tempo. A aproximação foi intencional, uma vez que todas nós temos responsabilidades no Reino de Deus, somos bastante ocupadas e temos abrangência em ministério com mulheres. Apesar da agenda cheia, separamos tempo para estarmos juntas, conversarmos, rirmos, refletirmos a respeito de ensinos bíblicos para nossa integridade pessoal e orarmos, enfim, nos pastorearmos mutuamente. Sempre que volto de nosso momento juntas tenho vontade de cantar. Lembro-me de Maria, e também engrandeço ao Senhor e alegro-me nele, porque depois de conversar com elas entendo melhor o mover de Deus em minha vida.
(Publicada em OJB - 041009)

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