segunda-feira, 28 de abril de 2014

PÁSCOA: VAZIOS E PROMESSAS

Zenilda Reggiani Cintra







Isto foi antes, antes da cruz vazia,
Antes do túmulo e da ressurreição.
Tudo era sem sentido e sem esperança,
A cruz era o castigo e o túmulo o fim.
Mas agora é Jesus, o nosso Redentor,
O que era e há de vir.
Quem preenche os vazios,
Com o seu tão grande amor.

A cruz está vazia,
mas cheia de promessas,
De vida e libertação.
Em Cristo somos livres,
da morte e  condenação.
Ele se fez pecado e a si mesmo se deu,
O véu se rompeu e houve escuridão,
Por seu sangue que verteu,
Ele nos trouxe a salvação.

O túmulo está vazio, 
mas cheio de promessas,
Porque tudo recomeça
No encontro com o Pai.
Aleluia, ressurgiu! E não é vã a nossa fé.
Ao Cordeiro que foi morto,
Ao Rei que agora reina
Ao Nome sobre todo o nome,
Toda a honra e toda a glória.

Jesus esvaziou-se,
mas ele é a Promessa,
Do amor do Pai que nos alcança
Com seu amor e a sua graça,
A esperança e o seu perdão.
Vazios de nós mesmos,
do pecado e humilhados,
Com ele também morremos,
E seremos ressuscitados.

(Publicado em O Jornal Batista, 20abril2014)

quarta-feira, 9 de abril de 2014

CADA UM NO SEU LUGAR

Zenilda Reggiani Cintra
http://caminhosdamulherdedeus.blogspot.com/

Ester havia chegado a um lugar quase impossível: no palácio como rainha. Linda, escolhida em um concurso de beleza, top model do seu tempo, cercada de todo o bem estar e privilégios outorgados pela potência militar da sua época, ela podia exercer o seu papel protegida pelo poder.

Mas havia algo que certamente machucava o seu coração: sua identidade como parte dos judeus, nação estigmatizada naquele reino, estava escondida. Ao mesmo tempo em que esse fato a isentava de ter que prestar contas, possivelmente lhe trazia sobressaltos e também pesar por não poder reconhecer sua família e viver com liberdade os relacionamentos com seus amigos e o seu povo.

Os tempos difíceis chegaram e com eles a ameaça de extinção dos judeus.  E então ela é chamada para cumprir o propósito para o qual Deus lhe havia dado tudo o que tinha. “Para um tempo como este...” (Ester 4.5),  são as palavras que ela ouve e “não para você mesma”.  Que momento difícil! E com a mesma autoridade com a qual é convocada, influencia o rei a autorizar os judeus a lutarem por suas próprias vidas e o seu povo: “Cada um no seu lugar...” (Ester 8.11). Não era ela sozinha, mas todos juntos em ação para que cada um tivesse a sua vitória.

Com características diferentes e em outros contextos, essa história se repete. Quantos de nós estamos em lugares privilegiados neste tempo em que vivemos? Pessoas que têm acesso a recursos, à instituições capazes de exercerem a justiça, que são formadores de opinião e, principalmente, têm autoridade para decidirem ou participarem de decisões que influenciam a vida de muitas pessoas, famílias e igrejas.

Para um tempo como este Deus nos colocou no lugar onde estamos. E cada um no seu lugar. Para percebemos as lutas, as questões pendentes, nos levantarmos com coragem e firmeza para que a justiça aconteça e para não sermos derrotados em decisões urgentes e inadiáveis. 

Se Ester não agisse ativamente naquela hora, socorro e livramento Deus traria de outra parte, mas ela não poderia participar daquele momento com o seu povo,  “o mês que se lhes mudou de tristeza em alegria, e de luto em dia de festa” (Ester 9.22). 

(Publicado em O Jornal Batista, 04março2014)