sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

O BRASIL E AS MULHERES NO PODER

Dilma Rousseff chega ao poder 123 anos depois que a última mulher governou o Brasil, a princesa Isabel. Isso significa, pelo menos, o fim do monopólio dos homens que durou toda a República.

Matéria de Miriam Leitão no Globo News:
De volta ao poder, as mulheres chegaram para ficar

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

JESUS ESTAVA LÁ

Jesus estava lá. Pedro e outros discípulos pescavam, talvez tentando fugir de si mesmos e da tristeza de pensarem-se abandonados em sua fé. Tentavam esquecer a dor de terem pecado. Era o caso de Pedro, aquele que negara três vezes a Jesus. A culpa era mais do que ele podia suportar. Mas Jesus estava lá.

Pedro possivelmente pensava que a única opção que teria era voltar aos velhos caminhos e ocupações, retroceder, sem esperança e alegrias. Mas Jesus estava lá. Enquanto, possivelmente, ele não tinha forças para continuar a missão para a qual tinha sido preparado porque já se achava sem valor, Jesus vem e o alimenta: pães, peixes, aconchego, calor de se sentir aceito e perdoado, apesar de si mesmo.

Amas-me?, pergunta Jesus. Sabes que te amo, responde Pedro. E Jesus ordena: apascenta! Amar a Jesus era deixar-se apascentar e também fazer o mesmo com as pessoas. Amar a Jesus era alimentar, aconchegar, trazer esperança e alegrias, restaurar pessoas tão carentes e pecadoras quanto ele mesmo, Pedro, e seus companheiros de autoexílio. Indissociável: ame a Jesus, deixe-se apascentar e apascenta o povo.

Quem já não pensou em desistir? Sofrimentos, pecados, afrontas e decepções são algumas das razões que nos levam a querer voltar ao conhecido, à pescaria, ao passado e nos acomodarmos lá. Quantas pessoas já desistiram de tudo, abandonando o chamado, uma vida comprometida com Jesus e voltaram à antigas ocupações? Quantas, pelo peso do pecado e sofrimento, não mais se acharam dignas de serem chamadas amigas de Jesus e não quiseram mais ser apascentadas e fazer o mesmo com outras pessoas? Mas Jesus está aqui, está conosco para restaurar-nos e nos deixar em condições de cumprirmos a nossa missão e a respondermos positivamente ao nosso chamado.

Quem trabalha com mulheres jovens e adultas nos dias de hoje sabe do valor deste comissionamento de Jesus. Uma grande porcentagem delas trazem um grande peso de culpa por causa de prostituição, abortos, decisões erradas quanto a filhos e os relacionamentos, mesmo que tenham ainda pequenas conhecido a Jesus. A pressão social, o desejo de aceitação, o descuido, o afastamento da cruz as levaram, muitas vezes, ao caminho da traição aos princípios da Palavra, ao choro, à culpa e à falta de esperança para a vida. Mas Jesus também está aqui.

Apascentar não é uma tarefa fácil. Para apascentar é preciso primeiro perdoar, ir até à Galiléia, esperar a hora que Pedro está pescando, acender o fogo, preparar pães e peixes, deixar ser visto, receber com amor, vencer as resistências e atribuir valor àquilo que ele pode fazer e para o qual foi preparado. Apascentar mulheres significa ir até onde elas estão, perdoá-las, mostrar o perdão que Jesus Cristo oferece, sair do comodismo das nossas reuniões e deixar-nos sermos vistas, aconchegar com amor, vencer as resistências e valorizar o que são e ainda podem ser para Jesus, deixando-se apascentar, e fazendo o mesmo com suas famílias e pessoas do relacionamento que precisam ser apascentadas também.

A tarefa não é fácil. Precisamos passar pela cruz. Mas Jesus estará lá.

(http://caminhosdamulherdedeus.blogspot.com/, publicado em O Jornal Batista, 11dez2010)

terça-feira, 16 de novembro de 2010

A PRESIDENTA DILMA

Dilma Roussef será diplomada, em janeiro de 2011, a primeira presidenta do Brasil. Gosto do termo feminino, ainda que, provavelmente, o substantivo mais usado será “presidente", acrescido do artigo ”a”. Gosto também de poetisa, ao invés de “a poeta”, e “pastoras”, especificamente, e não “pastores” englobando as mulheres também. Gosto das palavras definidas como femininas por causa de tudo o que significam de conquistas, de história, de luta para as mulheres ao longo dos séculos.

Dilma foi eleita para a presidência do Brasil. Independente da ideologia de cada um de nós e as convicções e receios particulares, temos que concordar que ela é uma mulher admirável. Certamente Dilma é muito capaz e eficiente, acima da média, porque se não ela jamais teria chegado aonde chegou na disputa presidencial de 2010.

Analistas presumem que a eleição da futura presidenta Dilma é um passo importante para todas as frentes de luta a favor da igualdade de gêneros e contra o preconceito que exclui a mulher de funções de liderança. Todos sabem que grande parte da vitória de Dilma deve-se à popularidade do seu padrinho político, o presidente Lula, "Mas em termos de uma consolidação do que poderíamos chamar de ruptura de valores, ou de tradições e aspectos conservadores, a eleição dela ajuda", diz o cientista político da Universidade de São Paulo (USP), Humberto Dantas, "E isso já vinha acontecendo há muito tempo no Brasil. Tivemos mulheres prefeitas em grandes capitais, mulheres governando Estados. É, sim, importante e rompe barreiras do que poderia ser resquício de conservadorismo. Mas ela chega ao poder muito mais pelos méritos de seu principal fiador do que pela questão de gênero", completa ele (Portal Terra, 011110).

Temos e já tivemos outras mulheres em cargos máximos no continente: Cristina Kirchner, na Argentina, Michelle Bachelet, no Chile e Mireya Rodriguez, no Panamá. Agora chegou a vez do Brasil. O Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (Unifem) considerou que a vitória de Dilma Rousseff "É a consagração da luta de gerações e gerações de mulheres brasileiras, que desde o início do Século XX lutaram pela conquista do direito ao voto", o que só aconteceu em 1932. "A chegada das mulheres brasileiras ao poder foi lenta e dificultada pela tradicional e predominante concentração do poder masculino", acrescenta a nota, que precisa que "a primeira deputada brasileira só foi eleita em 1950". Com a eleição de Dilma, o "Brasil dá um passo fundamental na direção de um novo paradigma de gênero e poder já alcançado por outras nações latino-americanas" (Estadão, 011110).

Quando, se Deus quiser, Dilma assumir a presidência do Brasil, ela estará no lugar máximo de autoridade do nosso país. E, investida do poder, não fará diferença o fato de ela ser mulher, mas sim o de ser capaz de corresponder aos anseios e às necessidades do povo. E todos nós deveremos orar por ela, reconhecer a sua liderança e trabalharmos, cada um em sua esfera de ação, para que a justiça e a vontade de Deus se cumpram em nossa terra e, também, para que neste tempo nada venha impedir que o nome de Jesus e os princípios da Palavra de Deus venham a ser proclamados pelo seu povo. Como Débora, guardadas as devidas diferenças, para quem o povo se inclinava para o governo do seu tempo, Dilma venha a ser, pelo poder de Deus, um marco de coragem, dignidade e liberdade para o Brasil.
(Pra. Zenilda Reggiani Cintra, http://caminhosdamulherdedeus.blogspot.com/, publicado em O Jornal Batista, 14nov10)

terça-feira, 9 de novembro de 2010

40 TEMAS PARA CHÁS, CONGRESSOS E OUTROS EVENTOS DE MULHERES CRISTÃS

Esses temas foram reunidos aqui como resultado de experiências pessoais de liderança de mulheres, participação como preletora em eventos de mulheres, pesquisa na internet e experiência de amigas. Você tem sugestões para temas? Comente.

1. Chamadas para servir
2. Fortalecidas para vencer os desafios
3. O papel da mulher no plano de Deus
4. Deus, você e os seus sonhos
5. A mulher que faz diferença por meio dos relacionamentos
6. Livres para viver o melhor de Deus
7. Deus, visite as nossas famílias!
8. A pérola de grande preço
9. A caminhada de uma mulher com Deus
10. Toque de Fé
11. Sim, eu posso!
12. Um novo tempo chegou
13. Restauradas
14. Tempo de brilhar
15. Mulheres transformadas pela Palavra
16. O que ela fez será contado para sua memória
17. Mulheres marcadas por Deus
18. Entre palácios e desertos
19. Jardim de Deus
20. As maravilhas de Deus através da vida de uma mulher Josué 3.5.
21. O Senhor é a minha força – Prov. 24.10
22. Mulheres vivendo à semelhança de Jesus
23. A mulher sábia
24. Mulheres vivendo uma geração profética
25. Levantai-vos, Mulheres!
26. Aos pés do Mestre
27. Dieta Espiritual? Nem pensar!
28. Expectativas femininas e a fé
29. Toda mulher de Deus deve ser...
30. Corações livres para amar
31. Encontrando tesouros perdidos (dracmas)
32. Mulher virtuosa, quem a achará?
33. Mulher, esse ser especial
34. Mulher à imagem de Cristo
35. A beleza da mulher
36. Agindo Deus, quem impedirá?
37. Vaso escolhido por Deus
38. Os desafios da mulher moderna
39. Beleza interior & Beleza exterior
40. O poder da mulher que ora

Veja também COMO ORGANIZAR UM CHÁ PARA MULHERES e também +MAIS 40 TEMAS PARA CHÁS, CONGRESSOS E OUTROS EVENTOS PARA MULHERES
(Pra. Zenilda Reggiani Cintra, http://caminhosdamulherdedeus.blogspot.com/)

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

A REFORMA PROTESTANTE E OS BATISTAS


No dia 31 de outubro de 1517, Martinho Lutero iniciava um dos maiores movimentos religiosos da história. Quando ele colocou nas portas da igreja de Wittenberg, na Alemanha, as 95 teses contra a venda de indulgências jamais poderia imaginar que sua atitude tomaria proporções tão grandes.

Indulgência é o mérito, por boa ação ou compra, da remissão da pena dos pecados. As pessoas achavam que não precisavam da graça, da fé, da Palavra de Deus e nem de Jesus Cristo. Compravam uma carta de indulgência e pronto. A salvação estaria garantida. Martinho Lutero argumentou contra isso. Ensinou que a salvação é por graça e fé, mediante a ação de Jesus Cristo, revelado e testemunhado nas Sagradas Escrituras.

Em geral, a mídia e os institutos de pesquisa sempre colocam os batistas como resultantes da reforma e por isso os chamam de protestantes. No entanto, os batistas, em sua maioria, não se consideram protestantes porque não sairam de Roma como Lutero, Calvino e Zwinglio. Não começaram no tempo da Reforma, mas centenas de anos antes. Os historiadores mais antigos, até mesmo aqueles opostos aos princípios batistas, admitem isso. Há abundantes evidências para afirmar que vários grupos remanescentes na genuína fé cristã existiram na Europa desde os dias dos apóstolos até a Idade Média. A Confissão de Valdenses de 1120 é um exemplo de crença fundamental e evangélica durante aquela época. Estes grupos podiam ou não ser ligados uns aos outros e foram conhecidos por nomes diferentes como: Montanistas (150 d.C.), os Novacianos (240 dC), os Donatistas (305 dC), os Albigenses (1022 dC), os Valdenses (1170 dC). O nome genérico "batista" veio a ser bastante usado somente pouco antes da Reforma.

No entanto, é preciso aceitar que, de qualquer forma, a Reforma também trouxe benefícios para o desenvolvimento das igrejas batistas como a oportunidade de visibilidade e de luta para que, assim como os protestantes, os batistas pudessem vivenciar a sua fé com liberdade.

A Reforma, da mesma forma que os batistas, questionou o autoritarismo religioso medieval, deu ênfase à participação responsável dos fiéis na vida e na direção das igrejas, implementou o estilo participativo de liderança, valorizou o trabalho e toda e qualquer ocupação honesta contribuindo para o fortalecimento de noções como liberdade, democracia e solidariedade social. Os diferentes reformadores e seus seguidores deram importantes contribuições nas áreas da teologia, filosofia, política, sociologia e ética. A reforma protestante valorizou muitas verdades defendidas pelos batistas como a soberania de Deus em todas as coisas, a justificação somente pela fé e a adoração e louvor a Deus. Todos foram beneficiados por muitos livros escritos pelos reformadores protestantes. Então a Reforma acabou contribuindo para que grande parte do pensamento e valores defendidos pelos batistas fosse difundida, ainda que não concordassem em tudo com os reformadores.

Hoje, quando caminhamos para quase 500 anos de Reforma, somos gratos a Deus por levantar homens e mulheres que tiveram coragem para romper padrões humanos, resgatando os princípios fundamentais da fé cristã. Muitas dessas pessoas lutaram até o ponto de perderem suas próprias vidas.

Que neste tempo no Brasil, em que muitos de nós pertencemos à terceira ou quarta geração de crentes nas famílias e que também vivenciamos toda essa confusa pluralidade religiosa, possamos nos lembrar dos valores genuínos de nossa fé e termos coragem de também empreendermos as reformas necessárias para este momento.

(Pra. Zenilda Reggiani Cintra, http://caminhosdamulherdedeus.blogspot.com/, publicado em OJB 311010)

terça-feira, 2 de novembro de 2010

ATENÇÃO: Mulher carente on line, PERIGO CONSTANTE

Uma mulher carente é presa fácil para a exploração afetiva.

Aceita qualquer migalha, entrega tudo o que é, dá tudo o que tem, exige pouco, envolve-se com quem afaga o seu ego, mesmo que a pessoa não preste, e ela saiba disso.

"Ela é digna de amor, mas não se julga capaz de ser amada e isso se torna uma meta, uma obsessão. O senhorio das emoções tem a posse, o domínio, a ação e a propriedade dela, porque festejou o ego da mulher carente. Sente-se tão sozinha que não rejeita qualquer estímulo que recebe, por mínimo ou irreal que seja. Acata ordens sem pestanejar, não sabe discutir suas vontades e direitos, não se insurge contra desmandos, acredita em mentiras, não se desvencilha de quem a humilha, não vira as costas para relacionamentos malsãos, perde o discernimento. A mulher carente ama demais os outros por amar pouco a si mesma. Não compartilha, acha que basta se dar para ter o outro. Muda o comportamento em função dos outros, a quem pechincha atenção e amor, mesmo que não seja verdadeiro ou que seja pouco. São as mulheres carentes as principais vítimas de amores virtuais, que começam em salas de bate-papo na internet e terminam em crime. A morte é a última das conseqüências, pois, antes dela, há todo tipo de exploração, da afetiva à financeira. Mulheres estão morrendo não porque existe a internet, mas porque são vítimas de suas carências. É o que as faz desprezarem o perigo de envolvimento com homens de todo tipo de violência. A carência é o que as leva a aceitarem propostas que escapam ao bom senso. Dizem “sim” ao abuso sexual e à exploração de suas emoções. Não combatem adesordem que os homens, a quem se servem por carência, trazem às suas vidas.

Não é a internet que deve ser combatida. É a carência afetiva.

A internet serve como meio de aproximar as pessoas, mas não torna mais fáceis nem mais sinceros os relacionamentos. Não se pode descurar do cuidado com os riscos, com os perigos que envolvem relações com pessoas desconhecidas, ao menos até se conhecerem melhor, à luz do dia e da realidade.

Não se pode dizer “não” à vida em nome do amor, irreal ou não.

Mulheres carentes estão entregando suas vidas. Quem as mata, antes lhes festejou os sentidos, mentiu, enganou e, pior, elas acreditaram. Quiseram acreditar, precisavam disso para suprir as suas carências, pagas com a vida.

Nenhum homem do mundo vale a vida de uma mulher, por mais apaixonante que ele seja, por mais apaixonada que ela esteja. Amar, sim, e muito! Mas que o amor pelo outro não seja maior do que o amor que se cultiva pela própria vida. Que a carência não justifique riscos que devem e podem ser evitados. Que o amor das mulheres por si mesmas seja forte o bastante para não crer no que não é real, pois a única realidade é a do auto-amor, a partir do qual tudo de feliz se acresce.

(*) Crônica publicada em 17/3/2007 no jornal A Razão (www.arazao.com.br), de Santa Maria, RS.

A carência afetiva tem se transformado numa verdadeira epidemia. Vivemos num mundo onde tudo o que fazemos nos induz a “ter” cada vez mais. Um celular novo, um sapato de outra cor, uma roupa de marca famosa, uma viagem em suaves prestações... Outras mulheres ao se sentirem carentes, doam intensamente seu amor ao companheiro, oferecendo toda espécie de carinho, afeto, agrado, abrindo mão de sua própria vida em função do outro. O companheiro vem em primeiro lugar, muitas vezes acabam abrindo mão de seus amigos, trabalho, família, filhos, simplesmente para satisfazê-lo. A carência afetiva também leva muitas mulheres ao consumo, a compulsão, ao shopping, liquidação, compras. É uma busca constante para se sentir melhor, aumentar de qualquer jeito a auto-estima e principalmente tentar preencher algo que está faltando., novamente a importância do “ter “em detrimento de “ser”.

fonte: BOLSA DE MULHER

O que leva algumas mulheres a cair no conto do predador profissional ?

Algumas mulheres bem-sucedidas e independentes porém carentes e ingênuas vêm sofrendo com os chamados predadores, homens inescrupulosos que se aproximam com a intenção de explorá-las e até mesmo roubá-las. Eles prometem amor, carinho e companhia para sempre. Elas, instruídas desde a infância a aceitar tudo por afeto, acabam se tornando presas fáceis.

Mas há também algumas mulheres carentes e ingênuas. Elas vivem sozinhas, estão bem economicamente, têm pouca ou nenhuma família e ainda crêem em príncipe encantado. Desse modo, são vítimas potenciais de tipos que ganham a confiança delas com mentiras e promessas. Esses homens constituem-se em verdadeiros predadores profissionais. Como não têm caráter e são portadores de boa dose de psicopatia, procuram mulheres estáveis financeiramente e carentes para explorar.

Em geral são solteiros ou separados boaspintas, ótimos de conversa e de cama, que nunca deram duro na vida. Já nos primeiros encontros se mostram apaixonados. Fazem um "investimento" inicial convidando a mulher para o cinema ou para um restaurante. Ela, claro, encantada e "cega", porque conseguiu alguém, logo o convida para sua casa e tenta conquistá-lo com boas comidas e carinho.

Quando fala em passeios, viagens, ele diz que por enquanto está sem dinheiro, mas, logo que receber uma bolada que está esperando, os dois vão poder se divertir bastante. O que a mulher pode fazer para descobrir quem é o predador? Como escapar do feitiço que promete amor, cuidado, carinho e companhia para sempre?

Infelizmente, para parte delas é quase impossível. O motivo? É uma história que começa na infância. A menina é instruída a aceitar tudo para ter afeto. "Se você for boazinha", lhe dizem, "será amada; se se comportar mal, não gostarão de você." Assim, é condicionada a sufocar sua natureza animal e sua intuição, que farão falta no momento em que precisar. A mulher tem de acreditar que seu amor é valioso. Não precisa sustentar ninguém para ficar com ela. Merece ser amada pelo que é. E mais: ficar sozinha também tem seus encantos. Ver a realidade, tomar decisões não é o lado mais fácil, no entanto compensa. Nada vale mais do que o sentimento de ser inteira, coerente e dona da própria vida.

Autora: Leniza Castello Branco, psicóloga e analista junguiana na capital paulista, é membro da Sociedade Brasileira de Psicologia Analítica (SBPA). E-mail: eniza@castellobranco.com"

Nota minha :. Esse apanhado de textos encontrei no blogAbsurdos e Polêmicos e percebi a extrema URGÊNCIA em compartilhar por aqui, sabemos que a carência afetiva é um mau do nosso século, pois o amor de muitos já se esfriou.
PS .: Podemos muito bem sermos sonhadoras e afins , mais é preciso ter noção do perigo nessa terra de ninguém que é a internet e despertar para o que a realidade nos mostra. Eu pessoalmente conheço casos, e confesso que já quase fui vítima de um e sei do que estou falando.

MULHERES ACORDEM !

Tomara que esse texto ajude as mulheres que passarem por aqui a acordar dos encantamentos e contos de fadas on-line antes que paguem com a própria vida e ao invés de conto de fadas morram num filme de terror.
(Si Caetano)

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Meninas Do Reino: ESTOU UM POÇO DE CARÊNCIA AFETIVA E SEXUAL

Meninas Do Reino: ESTOU UM POÇO DE CARÊNCIA AFETIVA E SEXUAL: "Olá Pastor Caio! Tenho 27 anos, e o grande tormento da minha alma hoje é a SOLIDÃO, a angústia causada pela necessidade de amar e ser amada,..."

terça-feira, 26 de outubro de 2010

MINISTÉRIO DE MULHERES - PROJETO

Um ministério de mulheres relevante e ativo é uma necessidade grande nas igrejas hoje. Quando o mundo trabalha por segmentos, sabendo da importância de atingir cada grupo específico, muitas igrejas andaram na contramão da história, deixando de lado esse aspecto tão importante para as igrejas que é o pastoreio específico para mulheres. Mas as coisas não acontecem sem um planejamento. Compartilho algumas idéias que podem ser úteis.
I – OBJETIVOS
- contatar mulheres da igreja e da comunidade, alcançadas pelos diversos ministérios da igreja, a fim de terem pastoreio e suas vidas transformadas pelo amor de Jesus
- alcançar mulheres membros da igreja no objetivo de serem edificadas e servirem a Deus
- alcançar mulheres que sofrem, atendidas pela ação social da igreja como também suas famílias
- proporcionar um ambiente de amor, aconchego, ensino e vivência cristã.
- estender a visão das mulheres para aquelas que sofrem ao redor do mundo e àquelas que elas podem atender pessoalmente.
- prover aconselhamento, intercessão e ajuda específica para os diversos problemas das mulheres como filhos, dependência química na família, doenças etc

II - ATIVIDADES

  • Coordenação e Agendamento de Visitas: Montar grupos de visitação para contatar as mulheres que se decidem e as que são alcançadas pela ação social da igreja;
  • Cultos especiais, Congressos e Retiros Espirituais: com temas diversificados para reflexão com as mulheres. Deverão ser encontros temáticos de interesse das mulheres como: Realização pessoal, Minha família para Cristo, a mulher e o casamento, a mulher e sua profissão, saúde da mulher, segurança da mulher; etc...
  •  Comunhão nos lares e evangelização: uma vez por mês. Cultos realizados em domicílios cedidos por uma das mulheres do grupo que objetiva convidar parentes e amigas para um momento de comunhão e compartilhamento da Palavra;
  • Campanhas de oração – Realizadas periodicamente, com ênfase nas necessidades das mulheres e suas famílias.
  • Organização do Chá das Mulheres; Montar equipes para execução do chá como buffet, decoração, desfile, programação, louvor, brindes, lembrancinhas, convites, finanças, etc
  • Organização do Acampamento de Mulheres: Montar equipes de execução para organização estrutural do acampamento e programação;
  • Reunião mensal com os grupos de visitação para avaliação, oração, planejamento de visitas e estudos nas áreas de libertação,encorajamento e aconselhamento.
  • Estudos bíblicos semanais no templo ou casas – realizar estudos bíblicos semanais
  • Ações denominacionais: montar equipe para atender os diversos pedidos denominacionais na área cooperativa, ação social e missões.
  •  Aconselhamento e ajuda - Formar um grupo de aconselhamento e intercessão, com a ajuda da pastoral da igreja, que possa ajudar as mulheres e orientá-las em seus problemas específicos.
( Ver também MINISTÉRIO DE MULHRES - OUTRAS SUGESTÕES DE PROJETO )

(Pra. Zenilda Reggiani Cintra, http://caminhosdamulherdedeus.blogspot.com/)

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

A IMPORTÂNCIA DO MINISTÉRIO DE MULHERES NA IGREJA

Talvez nunca tenha havido um tempo na história em que fosse tão necessário o Ministério com Mulheres. Não um ministério que exista por si mesmo ou que busque um preenchimento da estrutura da igreja, mas um ministério que preencha a necessidade pessoal das mulheres. O ministério de Mulheres na Igreja deve procurar preencher essa lacuna, conduzindo as mulheres nos caminhos da vontade de Deus. Quando dizemos Ministério de Mulheres não queremos dizer programas, mas todo um esforço para realmente atingir a mulher.

PERFIL DA MULHER NO SÉCULO XXI

FAMÍLIA
• 3,2 milhões de mães solteiras
• 1,7 milhões criam seus filhos sozinhas
• 61% colocam a família em primeiro lugar e o casamento em sexto
• 27% das pessoas acham que na vida em comum o maior problema são as brigas e as discussões em que o maior problema é o ciúme
• Querem fazer do homem um companheiro em todos os sentidos e não um opressor
• as mulheres se livraram da culpa de trair


TRABALHO
• As mulheres são 80% das lutas ecológicas, 90% das lutas antiarmamentistas e 70% das lutas populares. A luta das mulheres visa a humanização do Estado e do mercado econômico.
• Globalização: Estamos saindo de uma era econômica e indo para outra em que o dinheiro manda no mundo, nas fronteiras, nas culturas.
• Competitividade.
• Discriminação, especialmente na questão salarial
• Trabalho ocupando um horário muito extenso
• Necessidade permanente de atualização


ÉTICA
• As mulheres vivem em um mundo de confusão moral e ambivalência.
• Jogo: bingo, corridas de cavalo e jogos de cartas leva à compulsão centenas de pessoas.

Parte da equipe de mulheres da IBAC

• Permissividade, dependência química. Na década de 80 era uma mulher soropositiva para cada grupo de 27 homens portadores do HIV. Hoje é uma para cada três homens.
• O que as mulheres consideram os maiores problemas: discriminação no trabalho, violência doméstica, dupla jornada de trabalho, desemprego, assédio sexual e falta de assistência.

O QUE AS MULHERES QUEREM DO TRABALHO DA IGREJA

• Mais reuniões, não menos; semanais, não mensais.
• Estudo bíblico, não projetos ou missões, devia ser o foco principal, sem deixar de lado aqueles aspectos.

• A diversidade de assuntos é essencial, de acordo com os interesses
• Programas liderados por mulheres que pertencem à equipe da igreja têm maior continuidade e eficiência

ELEMENTOS PARA UM MINISTÉRIO EFICAZ
• Começar com oração: descubra outras mulheres que querem participar do ministério e ore com elas
• Recrutar e desenvolver liderança
• Liderado por mulheres e desenvolvido com ações para o pastoreio mútuo tanto das líderes quanto das participantes.
• Firmado no estudo bíblico.
• Ter grupos de apoio para mulheres que enfrentam dificuldades específicas pessoais, com família, etc.


Ver também MINISTÉRIO DE MULHERES - PROJETO e MINISTÉRIO DE MULHERES - OUTRAS SUGESTÕES DE PROJETO

(Pra. Zenilda Reggiani Cintra, http://caminhosdamulherdedeus.blogspot.com/)

terça-feira, 19 de outubro de 2010

DIA DAS CRIANÇAS - QUANDO EU CRESCER

Esse é o Pedrinho, lindo e simpático. Gosta da pastora. É filhinho do Leandro e da Marcela e agora tem uma irmãzinha, a Gabriela.

Lembrei-me de uma ilustração muito conhecida que relata que um pai resolveu sair para passear sozinho na praia. Queria andar e pensar um pouco sobre a vida. Seu filho pequeno percebeu e quis caminhar também. O pai disse que não e foi embora, mas depois de alguns passos olhou para trás e viu o filhinho dando pulos para colocar os pezinhos exatamente onde ele havia pisado. A bronca foi esquecida quando a criança falou: pai, quando eu crescer quero ser igual a você!

Quantas mães também já não se enterneceram ao verem suas meninas usarem o sapato alto, bijuterias e maquiagem e andarem pela casa, imitando-as? Quantas vezes pais e mães levaram um susto ao verem seus filhos falando e agindo exatamente como eles? A realidade é que os filhos imitam os pais e mães, mesmo sem perceberem e ainda que não queiram.

É por esse motivo que a Palavra de Deus tem muitas recomendações para que os pais ensinem os filhos, por palavras e ações. Uma delas está em Deuteronômio 6.4-8: “Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR. Amarás, pois, o SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força. Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te”.

Se nas gerações passadas muitos filhos sofriam pela extrema autoridade sobre eles, hoje é pela falta de limites e a resistência de muitos pais de exercerem seus papéis. Além disso, temos uma sociedade que quer nos dizer que cada um é dono de si e deve desenvolver suas próprias convicções, especialmente as religiosas. No entanto, essa mesma sociedade procura impor seus valores em todos os momentos, colocando-se no lugar dos pais. Quantos querem roubar o coração dos nossos filhos!

“Ensina a criança no caminho em que deve andar...” (Provérbios 22.6) é um grande desafio, uma ordem que é cumprida principalmente quando os pais não desperdiçam a grande influência que têm sobre os filhos, desde os primeiros anos da criança. E se os pais dependerem de Deus, o amarem e o obedecerem, certamente os filhos poderão imitar os seus passos e tanto pais como filhos serão bem sucedidos “Não se aparte da tua boca o livro desta lei (..); porque, então, farás prosperar o teu caminho(..)”(Josué 1.8).


(Pra. Zenilda Reggiani Cintra, publicado em OJB, 10out10) 

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

FIRMES COMO UMA NEBLINA

Era uma vez um homem.
Seu corpo era esguio e forte.
Robusta, áspera até, era sua mente.
Numa reunião, sua palavra era um chicote.
Um dia desses, encontrei-o num elevador,
tangido por um cuidador.
Queria apertar todos os botões, como um menino.
Então, ele se foi, como se estivesse sorrindo.


Nossa vida é neblina.
Nosso corpo é pó.
Sem a esperança divina
que nos anima,
é só. Tão somente só.

(ISRAEL BELO DE AZEVEDO, http://www.prazerdapalavra.com.br/index.php)

POSTAGENS DE OUTROS AUTORES E AUTORAS NESTE BLOG

A partir desta data estarei postando no blog textos de outros autores e autoras. Quero contemplar temas que considero relevantes para mulheres de Deus sob a ótica de outras pessoas. Obrigada a todos que caminham comigo nesta jornada cristã.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

ESPERANÇA E ELEIÇÕES


Sempre que se aproximam as eleições o coração do brasileiro se enche de esperança. A possibilidade de mudança na gestão pública, dos mais diversos níveis, faz com que se pense que surgirá um caminho novo para se resolver os problemas do país. 

Quando era criança, gostava muito da época eleitoral porque os políticos vinham, montavam um palanque na praça do bairro, discursavam sobre o quanto era importante que fossem eleitos e depois projetavam um filme. Normalmente era muito frio na região onde morava e, encolhidinha, com os pés gelados,  via até o final o tal filme e depois nem me lembrava do nome do candidato, correndo para dormir em minha cama quentinha.  Hoje as leis são outras, mas ainda vemos a maioria dos candidatos apenas na época das eleições e temos a tendência de pensar na vantagem pessoal que teremos com esta ou aquela pessoa.

Candidatos aos cargos eletivos desfilam diante dos nossos olhos com as mais diversas propostas. Por elas podemos deduzir que entre os assuntos que mais tocam o eleitor estão a saúde, a educação, o trabalho, o transporte, a segurança e a moradia.  Vivendo em uma sociedade tão individualista, nós que somos exercitados na Palavra e na convivência da igreja, e incentivados a buscar o bem comum, precisamos ser exemplos ao votar pensando no país de uma forma ampla e considerando quais os melhores caminhos para que todos tenham uma vida digna e desfrutem da cidadania em todas as áreas. Além de orar, é necessária uma postura consciente e que combata alguns mitos:

- A síndrome messiânica – além da nossa formação judaico-cristã, estudiosos acreditam que a colonização portuguesa nos transmitiu a expectativa de que um salvador viria para resolver todos os problemas. Portugal esperava sempre a volta de D. Sebastião, desaparecido em uma das batalhas, e que voltaria para livrar o povo dos maus políticos e de um domínio opressor. Temos a tendência de achar que uma única pessoa seria capaz de resolver todos os problemas e isso não é verdade, em nenhuma esfera de ação. É necessário um esforço conjunto do governo e sociedade e, por isso, a eleição de pessoas preparadas e que dialoguem com os cidadãos é o melhor caminho.

- Política não é lugar para crentes – Nossa herança marginalizada e de minoria nos leva muitas vezes a pensar que não temos que estar envolvidos em política. Se fosse assim, Neemias, Daniel, José, Ester e outros personagens bíblicos não teriam sido os líderes que foram. Isso sem contar parte dos profetas que exerceram influência e papéis políticos e também homens segundo o coração de Deus, como o rei Davi , que foram proeminentes em sua nação. Política é lugar de crente sim, para fazer cumprir os princípios de justiça, honestidade, igualdade e todos os demais valores do Reino. 

- Todo político é corrupto – Temos que reconhecer que existem áreas em que manter a integridade é mais difícil e a política é uma delas. No entanto, não podemos generalizar e nos esquecermos de que Deus tem pessoas separadas para a liderança política, tão necessária para o processo democrático. 

Orar, examinar os candidatos, ter a convicção de que Deus levanta pessoas idôneas, crer e lutar para que os valores do Reino prevaleçam são também nossos deveres como cristãos. E caminhar com esperança, também nas eleições, é sempre um desafio para a nossa fé.

(Pra. Zenilda Reggiani Cintra - Publicado em OJB - 251010)

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

INDEPENDÊNCIA

Ilha de Villegagnon,no Rio de Janeiro,  onde hoje está a Escola Naval. Aqui foi realizado o primeiro culto nas Américas, em 1557

Às margens do rio Ipiranga, o “grito” de D. Pedro, Independência ou Morte, ficou registrado para a história como o momento oficial da Independência do Brasil. Aquele que então iniciava o único império da América Latina atendia ao apelo dos que não queriam a recolonização do país com a volta da realeza para Portugal. Os fatos que culminaram na Independência começam, de uma forma mais decisiva, em 1808 com a vinda da família real portuguesa. De colônia, o Brasil passa a ser metrópole e então a emancipação política tornou-se irreversível.
Desde o início da nossa história, os evangélicos, especialmente protestantes, ficaram à margem da sociedade, da influência política e social e foram sempre retratados como “invasores”, como se os colonizadores não o fossem.  Primeiro, os protestantes chegaram com os franceses e em 10 e março de 1557 foi realizado o primeiro culto no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro. Divergências internas e a expulsão dos franceses, em 1567, acabaram com a tentativa de se estabelecer a primeira igreja e o primeiro trabalho missionário no Brasil e América Latina. 

Em uma segunda oportunidade, os protestantes vieram para o Nordeste com os holandeses a partir de 1630, expandindo igrejas e estabelecendo um trabalho missionário também entre os indígenas. Em 1654 os holandeses também foram expulsos e com eles essa segunda tentativa de estabelecer a igreja evangélica também fracassou.

Mapa do auge da conquista holandesa no Nordeste Brasileiro, tendo
o Rio São Francisco como fronteira Sul e o Maranhão como fronteira Norte
Passaram-se mais de 150 anos até que os protestantes chegassem novamente ao Brasil, agora como empreendedores, depois da vinda de D. João VI  e da  família real. Tendo que abrir a sua economia para outros países e, portanto, para a fé que os estrangeiros traziam com eles, como os ingleses e americanos, um novo capítulo da história dos cristãos evangélicos no país começou a ser escrita.  Vinte e quatro anos depois, a Independência favoreceu ainda mais a evangelização do país, uma vez que o Brasil precisava desenvolver-se e era necessário para isso o investimento dos países protestantes. Já no final do século 19, após a proclamação da República,  os evangélicos foram enriquecidos pela fé que veio com os imigrantes, que espalharam-se especialmente pelas regiões Sul e Sudeste. Tudo isso fez com que chegássemos aos nossos dias quando temos nossa independência religiosa garantida pela Constituição e podemos professar a nossa fé com liberdade.
Deus escreve a sua própria história, dentro da sua soberania. Fascina-me pensar que desde o descobrimento, o olhar do Senhor já estava no Brasil, enviando pessoas que, ainda que rejeitadas, deixaram as sementes de fé, lágrimas e sacrifício entre nós. Também me fascina Deus permitir que ao longo da história os fatos convergissem para que o nome de Jesus pudesse ser proclamado com liberdade. Quem diria que no século XXI haveria tantos evangélicos no Brasil?
Apesar de todas as críticas e desconstruções que muitos sabem fazer tão bem, não podemos negar a bênção que foi a vinda da família real e a Independência do Brasil, com aquele “grito” do príncipe regente, que mesmo ele sem sequer imaginar, abriria definitivamente as portas para o evangelho de Cristo no país.
Pra. Zenilda Reggiani Cintra
(Publicada em OJB, 120910)

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

OS JOVENS TECNOLÓGICOS

Os jovens de hoje, nascidos nos anos 80 e 90, são aqueles contemporâneos da revolução digital e por isso “têm uma relação com a comunicação diferente da geração anterior. Um jovem hoje consegue ver televisão, trabalhar no computador, conversar no MSN [programa de bate-papo pela internet] e ainda ouvir uma musiquinha". É o que constatou uma pesquisa do Ibmec (Instituto de Tecnologia do Mercado de Capitais), iniciada em 2007, com jovens estudantes (Portal Exame, 130810).

Essa intimidade tecnológica não é novidade para os pais e líderes porque quem já não se valeu da ajuda de um jovem para dicas no computador, uso do celular e outros aparelhos digitais? Quem são aqueles que nas igrejas, estão no som, multimídia, filmagem e outras ferramentas de comunicação? Eles, os jovens. Outras características dessa geração, reveladas pela pesquisa coordenada pela economista Lúcia Oliveira, professora da graduação em Administração do Ibmec, são que “usam mídias sociais com facilidade, são informais nas relações pessoais - menos hierarquizadas - e têm facilidade de trabalhar em grupo, formando redes, em tarefas colaborativas, que não precisam nem ser feitas no mesmo espaço, mas pela internet. Esta geração está habituada a se comunicar, a se integrar e a colaborar virtualmente".

O que isso tem a nos dizer? Muitos púlpitos das igrejas hoje “demonizam” os jovens e a internet. Assim como no passado a televisão, o cinema e outras formas de arte e mídia foram estigmatizadas pelas igrejas, hoje a internet é o alvo principal para responsabilizar a falta de espiritualidade dos jovens. Certo que a internet é uma ferramenta poderosa e invasiva que pode facilitar caminhos para a pornografia, prostituição, vícios e envolvimento com filosofias heréticas, entre outros, mas todos sabemos que a internet também pode ser uma bênção para o ministério cristão dos jovens, que traz benefícios para o Reino e para a igreja local.

Um dos grandes desafios para a geração anterior a essa, os que hoje em sua grande maioria exercem a liderança de ponta nas igrejas, é perceber a forma de trabalhar e o potencial dos jovens. Dificilmente encontraremos, por exemplo, um jovem que queira assumir a liderança de qualquer área, mas se dissermos que ele trabalhará com uma equipe então a disposição muda. Reuniões? Quase tudo é decidido por emails ou pelas redes sociais como o Orkut, twitter e msn. Encontros para planejamento ou capacitação? Só se forem acompanhados de um churrasco ou pizza. Relacionamento com pastores e liderança? Só pelo caminho da amizade e cumplicidade. 

Um dos grandes problemas para o engajamento dessa geração na igreja é a grande resistência de lideranças para o investimento em tecnologia e uso da internet, como emails por exemplo. Fica então difícil conciliar a expectativa dos jovens com aqueles que ainda querem decidir tudo em nível pessoal e não virtual ou para os que ainda desejam o culto na forma tradicional, sem o uso de multimídia e outros recursos que dinamizam as informações e a captação das mensagens que desejamos transmitir.

A igreja é de todos e esta geração tecnológica faz parte dela também. Facilitar os caminhos para o engajamento no Reino de Deus e mentorear os jovens é o grande desafio hoje para termos uma igreja saudável no relacionamento entre os diversos grupos. Uma igreja que sinalize o quanto essa tecnologia pode ser uma ferramenta poderosa para alcançar pessoas com o evangelho de Cristo, valendo-se de uma geração, por que não, preparada por Deus, para ser também resposta para as exigências deste tempo.
(Pra. Zenilda Reggiani Cintra, publicado em OJB, 220810)

sábado, 14 de agosto de 2010

DIA DOS PAIS - NA CASA DO PAI


No sentido horário: Valquiria, Adauto,
Valter, Zenilda e no centro a caçula,
Abigail, meus irmãos amados.
Na casa do meu pai sempre havia um lugar para mim. Quando era criança dividia a cama com minha irmã, mas à medida que eu e meus irmãos, somos cinco ao todo, fomos crescendo, meu pai foi ampliando gradativamente a casa. Foi assim que as meninas passaram a ter o seu quarto e os meninos o deles. E eu a minha própria cama. Cada um tinha o seu lugar, mesmo em uma casa que sempre tinha agregados, e esse era motivo de orgulho e segurança para nós.


Morávamos no Estado de São Paulo e na época em que fui estudar no Rio de Janeiro minhas irmãs queriam tirar a minha cama para ganharem espaço no quarto. Eu podia até entendê-las. No entanto, meu pai não permitiu argumentando que enquanto não me casasse a minha casa seria aquela e eu teria o meu lugar. Passaram-se onze anos até que isso acontecesse e durante todo esse tempo, mesmo mudando duas vezes de casa, meu pai manteve a minha cama e, por conseguinte, o meu lugar na casa.

Quando Jesus afirma em sua Palavra que “na casa do meu Pai há muitas moradas, vou preparar-vos lugar”, posso entender perfeitamente que no céu haverá um lugar preparado para mim. E a razão está no amor, o que havia no coração do meu pai e aquele que há, multiplicadamente, no coração do meu Pai celeste. Mais do que um espaço físico na terra, que não sabemos como será no céu, tinha um lugar de filha, o mesmo que tenho junto a Deus.

Outro fator interessante no meu relacionamento com o meu pai é que ele nunca restringiu minha ação, em qualquer área, por ser mulher. Desde pequena atuava na igreja, assim que tive formação comecei a pregar, a liderar ministérios, e isso era sempre motivo de alegria e orgulho para ele. Todos o consideravam um batista de raízes e conservador e, mesmo assim, ele não via nenhum motivo para restringir minha ação no Reino de Deus por ser mulher.

Penso que isso se devia ao fato de que quando se converteu, na década de 1940, na cidade de Quatá, em São Paulo, pastoreava a igreja da cidade o Pr. André Peticov, que anos mais tarde foi secretário executivo da Convenção Batista do Estado de São Paulo. Sua esposa, Gláucia Curvacho Peticov, era uma mulher atuante, capaz, que ensinou o meu pai a servir a Jesus. Autora de várias peças teatrais, poesias e textos para cultos comemorativos especiais, trabalhou muitos anos nas igrejas e marcou a vida de muitas pessoas, inclusive a do meu pai. Portanto, ele aprendeu desde cedo no seu crescimento cristão, a parceria saudável de homens e mulheres trabalhando juntos para edificação da igreja de Jesus Cristo.

Esse espaço de aceitação e amor, de valorização, foi muito importante para o meu desenvolvimento e maturidade e me fizeram a pessoa que sou hoje. Tínhamos longos debates sobre questões teológicas e eclesiásticas, sentados à mesa e tomando um delicioso café preparado por minha mãe, sempre ativa também, e jamais, em momento algum, fui menosprezada ou desconsiderada por ser mulher.

Tenho profundas saudades de todos os momentos que vivi na casa do meu pai e meu consolo é pensar que um dia estaremos juntos, novamente, na casa do nosso Pai celestial.


(Publicado em OJB 080810)

sábado, 17 de julho de 2010

DE COPA EM COPA

Quando era adolescente costumava projetar o meu futuro pelos anos da realização da Copa do Mundo. Então pensava: no ano tal, quero ter feito isto; em outro ano quero ter concluído um curso; na outra Copa quero estar casada, na outra já terei filhos e assim por diante.

Hoje, avaliando, percebo que Deus foi muito além do que pedi e pensei, como sempre, e sou grata por tudo, apesar de que alguns projetos ainda precisem ser concretizados e estão diante do Senhor. Quem sabe na próxima Copa? Se bem que já não olho para o futuro da mesma forma que o fazia quando adolescente. Contar os planos de quatro em quatro anos, a partir de certo momento da vida, é meio assustador, mesmo acreditando que Deus dá a graça para cada tempo e existe uma bênção de vivenciar os diversos períodos da vida.

Ao olhar para trás não tenho só alegrias. Lembrei-me esta semana que na Copa de 98, enquanto o Brasil jogava com o Chile, eu e meus irmãos participávamos da cerimônia fúnebre do meu tio, Pr. José Regeani. Voamos de São Paulo para o Rio e indo para Niterói o taxista não corria de jeito nenhum porque estava acompanhando o jogo, enquanto nossa ansiedade atingia altos níveis porque queríamos chegar a tempo de abraçar nossa tia e primas queridas e ver o rosto amado mais uma vez. Na cerimônia também estava o Pr. Mauro Israel Moreira, hoje também com o Senhor.

Mas não quero me deter somente nas lembranças. Após cada Copa, tendo a seleção brasileira vencido ou não, sempre se começa a pensar na próxima, ainda mais porque em 2014 ela será realizada no Brasil, pela primeira vez na história. Os governantes e empreendedores em construção, esportes e lazer mobilizam-se, preparando o país para receber as seleções e torcedores de boa parte do planeta. Mas o foco de todo o brasileiro é que a seleção se prepare para vencer.

Penso também que cada um de nós precisa manter o foco no chamado, na missão que entendemos que Deus nos deu. Não é fácil perseverar ao longo dos anos e ajustar nossos planos para o futuro de maneira coerente com os propósitos de Deus. As distrações, as exigências diárias de sustento, os sonhos deixados de lado, a comparação com os níveis econômicos de outras pessoas, as ideologias que querem nos cativar, os grupos sociais que procuram tirar vantagem das nossas qualidades cristãs, muitas vezes tiram o foco da nossa vida, da razão maior do nosso chamado. Há momentos em que tudo parece perda. E às vezes é mesmo. Mas, ainda assim, precisamos manter o foco da nossa vida, assim como as seleções mantêm o seu foco na vitória, apesar das dificuldades.

Jesus sempre manteve o foco. “Em festa ou funeral, em grandes ou pequenas reuniões, ele sempre permanecia firme no que Deus havia estabelecido para que ele fizesse” (Jesus Coach, Mundo Cristão). Precisamos saber o que fazer e estarmos determinados a realizar o que Deus pedir da nossa vida, não importa o que aconteça.

Certo que continuarei a fazer planos e pensar em novos sonhos. Prosseguirei, como um atleta, rumo ao alvo e, como discípula, olhando para Jesus. Em cada Copa, comemorarei a alegria das vitórias ou sofrerei a decepção das derrotas. E continuarei pontuando a minha vida, sempre, na vontade de Deus, e neste foco estará minha vitória. E que Deus me dê sempre a sua graça!

Publicado em OJB 0 110710

terça-feira, 29 de junho de 2010

VUVUZELA












De repente a palavra invadiu o vocabulário dos torcedores. Qualquer corneta se tornou vuvuzela, termo emprestado de uma outra, de cerca de um metro de comprimento, usada po torcedores  em jogos de futebol na África do Sul. As vuvuzelas ganharam forte exposição na mídia devido à Copa do Mundo 2010. De maneira geral, as referências à vuvuzela africana não são nada simpáticas. O instrumento só tem a nota sol, alcança mais de 100 decibéis e atrapalha torcedores e atletas, como também profissionais que trabalham na cobertura do evento.

Certo que há muito barulho nesta Copa, tanto lá quanto aqui. Começa com a escalação da seleção de Dunga, rejeitada por grande parte dos torcedores brasileiros. Cada um dá sua opinião, apontando os jogadores que deveriam estar lá. Parece que a única unanimidade é que não basta a seleção jogar: tem que ser com arte, beleza, alegria, criatividade, raça e, lógico, para vencer.

No extremo sul do continente africano, o que ainda causa barulho são os efeitos do apartheid, medida segregacionista na África do Sul que vigorou por 42 anos, de 1948 a 1990, separando brancos e negros e trazendo extremo atraso e miséria para a população negra. Foi nesse cenário que surgiu o grande herói, Nelson Mandela que, assim como Marthin Luther King, soube lutar por justiça para o seu povo, o que lhe valeu o Prêmio Nobel da Paz em 1993. As leis aboliram oficialmente o apartheid, mas ainda resta um longo caminho a ser percorrido para uma verdadeira igualdade.

Mas o maior barulho para nós, evangélicos, foi a recomendação da FIFA de que os jogadores evitem comemorações religiosas durante o Mundial de Futebol, tendo o Brasil como alvo principal devido às comemorações dos jogadores, tanto na Copa de 2002 quanto na Copa das Confederações, em 2009, quando manifestaram a sua fé em Cristo Jesus (Estadão, Esportes, 010610). Isso significa, por exemplo, que os jogadores estão proibidos de levantar a camisa para mostrar mensagens escritas em camisetas por baixo do uniforme e que pastores são permitidos na comitiva, mas não devem participar de atividades ligadas às partidas oficiais da Copa do Mundo. É de se estranhar que no Mundial de Atletismo em 2009, uma atleta competiu com burca e o fato foi noticiado de maneira favorável pela imprensa, ou pelo menos sem maiores críticas.

Ainda assim, nós que sempre nos acostumamos a anunciar o evangelho em ambientes hostis, o maior “barulho” que desejamos ouvir, além da vitória da seleção, naturalmente, é a do testemunho dos atletas cristãos presentes na seleção: Kaká, Lucio, Felipe Melo e Luiz Fabiano, além de Jorginho, auxiliar técnico de Dunga. Um testemunho de fé, ainda que silencioso publicamente, mas que honre o nome de Jesus para todas as nações, aliado à ação de mais de 200 voluntários brasileiros que seguiram para a África do Sul, na liderança do casal de missionários da JMM, Pr. Marcos e Luciana Grava. Que o som das vozes deles e de suas atitudes respondam à convocação do profeta: “Clama em alta voz, não te detenhas, levanta a tua voz como a trombeta e anuncia...” (Isaias 58.1)
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segunda-feira, 14 de junho de 2010

OS MEUS PASTORES E PASTORAS

Pr. Mário Pereira da Silva, pastor da Igreja Batista em Vila Gerte, São Caetano do Sul, SP.

Tive pastores durante toda a minha vida. O primeiro deles foi o meu pai, Oswaldo Reggiani. Apesar de não ser um pastor ordenado, exerceu a função pastoral em várias igrejas como evangelista. Dele, o que mais me marcou foi o seu temor a Deus e o seu amor pela igreja de Jesus Cristo. Do período da infância me lembro ainda do Pr. Francisco Assis Chaves de Carvalho, homem amoroso e inteligente que sempre valorizou o meu chamado e até hoje acompanha o meu ministério com alegria, sempre um incentivador de tudo o que faço.
Outro pastor que me lembro com muito carinho e gratidão é o meu tio, Pr. José Regeani, que foi missionário no Rio Grande do Sul por 18 anos, tendo atuado depois em Teresópolis, no Rio de Janeiro. Seu ardor evangelístico, sua alegria e identificação com o povo, andando por povoados e cidades ao redor, foram as características de ministério que ficaram gravadas em minha memória, além do seu carinho, da ajuda no sustento e cuidado comigo, uma vocacionada em formação, tendo todas as oportunidades de desenvolvimento como qualquer outro seminarista.
Dos pastores que têm acompanhado mais de perto a minha vida, por mais longo tempo, destaco o Pr. Mário Pereira da Silva. Como meu pastor desde os 14 anos, foi ele o instrumento de Deus para a confirmação do chamado da infância, encaminhamento de preparo e o custeio do período de estudos. O seu carinho e cuidado têm acompanhado a mim e a minha família por todos esses anos. Além desse cuidado pessoal, marcaram-me profundamente o seu amor por Jesus, a visão de ministério, o ardor evangelístico, o amor pelas pessoas e a sua fé. Ele sempre diz que eu fui a primeira mulher a quem ele cedeu o púlpito em sua igreja e sempre digo a ele, brincando, que foi ai que tomei gosto e, então, ele é o grande responsável por hoje eu ser pastora. Não sei se ele concorda com minha conclusão.
Não posso deixar de citar o meu marido, Pr. Fernando de Oliveira Cintra, cuja visão e também amor pela igreja de Jesus têm descortinado sempre um novo momento para o nosso ministério.
Poderia citar também todos os pastores com quem trabalhei nas mais diversas esferas denominacionais e do Reino de Deus e que mostram a dedicação, a renúncia, a fé e a esperança com a qual servem a Jesus.
Mas eu também poderia citar várias “pastoras”, desde mulheres das igrejas por onde passei como também várias outras que participaram diretamente da minha formação. Posso me lembrar de várias professoras, missionárias e companheiras de ministério, verdadeiras pastoras, que sempre serviram a Jesus com todo o amor e dedicação e que são o crivo de eficiência para o meu ministério. Recordo-me com alegria da Pra. Silvia da Silva Nogueira, a primeira pastora ordenada da Convenção Batista Brasileira, para quem o pioneirismo cobrou um alto preço. Lembro-me da Pra. Terezinha Meirelles, do Paraná, que conheci ainda seminarista e cuja vocação é atestada por todos os que convivem com ela, como também é o caso da Pra. Diana Cavalcanti, da Paraiba, a Pra. Elisabete Teófilo, do Ceará, a Pra. Eridinaide Cunha, de Fernando de Noronha, a Pra. Marli Mette, de Santa Catarina e tantas outras, mais de 100 pelo Brasil.
Vivemos um tempo em que a sociedade critica exaustivamente as instituições e seus líderes. Como reflexo dessa característica, os pastores e as igrejas são alvos permanentes de análises, por vezes cruéis, de uma parcela do povo de Deus. É certo que nem todos os pastores, e pastoras, têm uma vida que condiz com o chamado, mas é certo, também, que a maioria deles honra a vocação e o Deus que os chamou.
Tenho tido a bênção e o privilégio de conviver durante toda a minha vida com homens e mulheres de Deus e por isso tenho sempre o coração cheio de gratidão e respeito no Dia do Pastor... e da Pastora!

(Publicado em OJB - 130610)

quinta-feira, 6 de maio de 2010

POEMA DIA DAS MÃES - MÃES PARA SEMPRE

Zenilda Reggiani Cintra

Alegria, enjôos, enxoval, ultrassons, expectativa, ansiedade e o amor em cada detalhe do quartinho.
É a mamãe que espera o menino ou menina, uma bênção do Criador.

Choros, amamentação, umbiguinho, pediatra e chocalhos.
É a mamãe que cuida, experimenta, sobressalta-se e às vezes ainda não crê que aquele pequeno bebê é seu!

A primeira Bíblia, historinhas dos heróis e heroínas, a primeira oração.
É a mamãe que sonha que o seu bebê um dia será um Samuel ou uma Ester, sensível e obediente à voz de Deus.


Mochilinhas, uniformes, diários, recomendações e choros.
É a mamãe que se dá conta que a sua criancinha cresce e começa a tatear o mundo.

Primeiras letras, nomes quase que incompreensíveis, lápis, cadernos, frases pequenas
E dentre elas, a mais linda: mamãe amo você!

Excursões, despesas que crescem em meio a livros e materiais sem fim
Ë o tênis esfolado e a camiseta suja da criança que cresce, cheia de energia e criatividade;
É a mãe confusa na matemática da nova geração, mas que não desiste de ajudar o filho a aprender.

É o andar desengonçado da menina com o primeiro salto alto e o  gel do menino que pela primeira vez faz uma obra de arte no cabelo.
São os filhos que crescem e querem impressionar alguém que não mais a mamãe.

É a angústia do vestibular, os primeiros dias na Faculdade, o trabalho e o namoro.
E o coração da mãe que espera as horas disponíveis do filho para o carinho e a conversa tão necessários quanto o ar que respira.

É a princesa ou o príncipe que caminha em direção ao altar, seguindo a escolha do coração.
É a mãe que sente a ausência tão alegre e triste ao mesmo tempo, o vazio do filho que constrói sua própria vida.

É o Deus eterno, tão sábio, que renova o ciclo com os bebês que chegam  com novas alegrias e preocupações.
É a vovó, a mãe com mel, que se é preciso faz tudo novamente porque o rostinho lindo e o sorriso lembram o seu bebê.

É o tempo que passa, as forças que se vão e os olhos que se enfraquecem.
É a mãe, agora ela dependente do filho, mas que pelas lentes do tempo sempre o vê como aquela criança, a maior bênção que recebeu do Criador.

Mãe que viverá na vida do filho, na vida de todos nós, abençoados por seu cuidado e exemplo,
A  mãe que será,  para sempre,  a melhor marca humana de amor em nossos corações.

(Zenilda Reggiani Cintra, http://caminhosdamulherdedeus.blogspot.com/)

segunda-feira, 3 de maio de 2010

A PALAVRA


Aprendi, assistindo a um documentário, como antigamente se construíam as casas nas regiões desérticas, onde a temperatura durante o dia chega a quase 50 graus. Para deixar a casa por volta dos 22 graus, os proprietários construiam suas residências com alguns andares, as paredes bem largas e portas e janelas bem amplas. À noite, quando a temperatura cai bastante, as portas e janelas eram abertas e o ar frio refrescava toda a casa. Ao nascer do dia, as portas e janelas eram fechadas para reter a temperatura. Durante a noite, os habitantes dormiam nos andares de cima e, durante o dia, ficavam nos andares de baixo, procurando os lugares mais frescos da casa.

Fiquei pensando no papel fundamental da Palavra de Deus para manter o frescor da nossa alma e da nossa fé. Viver uma fé viva hoje não é fácil. As lutas do dia-a-dia, os confrontos constantes com as filosofias e valores do mundo, dos grupos sociais, dos meios estudantis e profissionais, muitas vezes contrários à vontade de Deus, tiram da nossa vida aquela presença fortalecedora do Espírito, aquele frescor da presença divina que nos renova a cada dia, colocando em seu lugar o estresse, o vazio e tornando as nossas almas e a nossa fé áridas e infrutíferas.

Um grande erro, comum entre pessoas convertidas há algum tempo, é achar que já conhecem o suficiente da Palavra. Essa soberba faz com que muitos deixem de estudá-la no dia-a-dia, como também em grupos, tendo como conseqüência o esfriamento espiritual. Houve um tempo em que muitas igrejas começaram a achar que não deviam mais ter estudo sistemático da Bíblia, mantendo a Escola Bíblica Dominical, por exemplo. Hoje, correm atrás do prejuízo porque muitas pessoas, há anos em igrejas, não conhecem a Palavra de Deus.

Uma das figuras a respeito do estudo da Bíblia que me agrada é pensar em nossa mente como se fosse um arquivo. Cada conceito que aprendemos fica gravado e quando precisamos resgatar o conhecimento por algum motivo, ele está ali. Agora, se não estudamos a Bíblia, como teremos em nossa mente os recursos para que o Espírito nos lembre os princípios que Jesus ensinou?

O estudo sistemático, segmentado ou em grupo, constante e discipulador da Palavra é fundamental para a saúde espiritual. É impossível a pessoa ter uma fé vibrante e contagiadora sem estudar e meditar nos ensinos bíblicos, que deve acontecer em todas as fases de vida. Quando crianças, a compreensão dos ensinos bíblicos é de uma forma singular como o será na fase de adolescência, depois juventude e assim por diante. Nunca devemos deixar de aprender da Palavra. A releitura constante de textos e ensinos é que farão com que o justo dê o seu fruto na estação própria (Sl. 1).

É a Palavra que vai gerar fé em nosso coração para irmos à presença de Deus e receber dele os milagres que todos nós precisamos e, acima de tudo, guiados pelas veredas da justiça, ter o refrigério diário para a nossa alma (Salmo 23).


Pra. Zenilda Reggiani Cintra (Publicado em OJB 250410)