segunda-feira, 14 de outubro de 2013

OUTUBRO ROSA


Acho muito bonito trazer um símbolo de feminilidade, a cor rosa, para a prevenção do câncer de mama. A cor se refere ao laço cor de rosa que simboliza a luta contra este tipo de câncer por meio de um movimento popular internacionalmente conhecido como Outubro Rosa, quando a população, empresas e entidades são estimuladas a participarem orientando as mulheres a respeito da necessidade do diagnóstico precoce do câncer de mama.
Sabe que é difícil pensar e escrever a respeito desse assunto? Porque o câncer, especialmente o de mama, é uma sombra na vida de toda mulher. Cada exame ao longo da vida nos faz temer o diagnóstico positivo e todas as consequências que ele possa trazer. Difícil alguém que não tenha perdido alguma mulher amada dos seus relacionamentos para esta doença. É o câncer que mais mata mulheres no Brasil. No mundo todo, surgem cerca de 1 milhão de casos anualmente. Segundo o Ministério da Saúde, a cada ano surgem cerca de 50 mil casos de câncer de mama no país. Somente em 2011, houve 13.225 vítimas da doença.

As mulheres devem ser incentivadas à realização do auto-exame, dos exames clínicos anuais e às mamografias frequentes pois essas ações podem reduzir a mortalidade das mulheres propensas ao problema, principalmente após os 50 anos. Trabalho, família e outras responsabilidades não devem ser desculpas para a não realização dos exames. Se há tempo para a mulher atender aos seus compromissos profissionais e ministeriais, ir ao dentista ou ao cabeleireiro, também deve ter o seu momento anual para os exames preventivos.  

A história do Outubro Rosa começou quando o laço cor-de-rosa foi lançado pela Fundação Susan G. Komen for the Cure e distribuído aos participantes da primeira Corrida pela Cura, realizada em Nova York, em 1990.  Para sensibilizar a população, as cidades se enfeitavam com os laços, surgindo posteriormente a iluminação de rosa dos monumentos e prédios públicos e privados, uma leitura visual compreendida em qualquer lugar no mundo.

Na Bíblia hebraica a palavra que mais se aproxima do paradigma de bem-viver é a palavra shalom, geralmente traduzida por paz. Perguntar alguém como vai - como está o teu shalom – significa perguntar algo que tem a ver com a sua condição existencial, abrangente e integral, que inclui a saúde. Jesus assumiu este shalom como missão: “Eu vim para que todos tenham vida plena” (Jo 10,10). Então a pergunta é: como está o shalom das mulheres das nossas igrejas? Seria muito bom trazermos para as nossas agendas eclesiásticas essa luta do Outubro Rosa, tão importante para a saúde da mulher brasileira.

E que tal iluminarmos de rosa os templos das igrejas em algum momento do mês de outubro?

DESPREZO

Quem já não sentiu um olhar de desprezo? Como uma água suja que nos atinge na rua assim é o olhar que pousa sobre nós muitas vezes em momentos inesperados. As razões podem ser bem diversificadas e tentam justificar o injustificável.

Agar olhou assim para Sara porque ela tinha um filho de Abraão e ela não. Depois, Sara olhou com desprezo para Agar e seu filho Ismael porque ameaçavam a exclusividade da herança de Isaque;
Os povos do deserto desprezaram os israelitas porque viam somente um povo em peregrinação desejando chegar a uma terra inconquistável;
Hamã desprezou Mardoqueu porque ele recebeu a honra que ele julgava ser dele.  Por causa disso achou que não bastava matá-lo, mas sim desejou exterminar todo um povo;
Sambalate, Tobias e Gesem olharam com desprezo para Neemias e os demais que reconstruíam a cidade de Jerusalém, achando que eles é que tinham poder para determinar os rumos do povo de Deus;
O sacerdote Eli olhou com desprezo para Ana enquanto ela clamava e orava por um filho que viria a sucedê-lo e seria ainda profeta e juiz;
Golias olhou assim. O alvo foi Davi, ainda um aprendiz na corte do rei Saul. Olhou com desprezo porque aos seus olhos era só um menino de boa aparência e não o escolhido de Deus e fez pouco caso dele;
Mical também olhou com desprezo para o rei Davi. Ela jamais poderia compreender uma pessoa que adorava ao Senhor com liberdade e temor diante da importância que era trazer a arca da aliança para o meio do povo de Israel;
Os discípulos desprezaram as crianças que foram buscar a bênção de Jesus porque não acharam que elas eram dignas de tempo e atenção;
Os mesmos discípulos desprezaram a mulher junto ao poço de Samaria por que quem era aquela mulher aos olhos deles e quem era aquele povo?
Jesus “era desprezado, e rejeitado dos homens; homem de dores, e experimentado nos sofrimentos; e, como um de quem os homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum” (Isaías 53:3).
Quem somos nós para querermos ser mais do que Jesus?
(Zenilda Reggiani Cintra, publicado em O Jornal Batista, 22setembro2013)