quinta-feira, 20 de agosto de 2009

MINHA CIDADE ESTÁ TRISTE

Foi esse o pensamento que tive quando a segunda-feira amanheceu. A cidade estava silenciosa e contida. Naquele final de semana, uma jovem de 15 anos, que voltava de uma viagem à Disney, presente de aniversário, morrera no voo, vitimada pela gripe A. Os pais foram esperá-la no aeroporto e receberam, não o abraço afetuoso da adolescente alegre e cheia de novidades, mas a única filha já sem vida. Que dor!
Lembrei-me daquela mulher em Suném, visitada por Eliseu, que também perde o seu único filho, fonte de alegria, sonhos e esperança. Naquele episódio, o profeta de Deus ressuscita o menino e o devolve aos braços de sua mãe. Não é assim agora, como não tem sido nos lares de muitos que perdem seus entes queridos vitimados por essa pandemia inexplicável, inexorável, que reveste de nuvens escuras o horizonte da humanidade nesse início de século XXI.
A tragédia chega perto. A menina tinha estudado no mesmo colégio da minha filha. A mulher que frequenta nosso culto de mulheres ficou internada na UTI . Uma jovem da igreja fica em casa em observação e a família e a igreja ficam em sobressalto. Nas entradas do templo, em casa, no trabalho e em nos diversos ambientes, o álcool antisséptico toda hora nos lembra que o perigo está perto. Muitas informações chegam, orientações, apelos à uma ética cívica dos cidadãos, que devem se precaver de todas as formas a fim de que não se repita a tragédia da gripe espanhola, que matou 50 milhões de pessoas no final da década de 1910.
O pensamento pode caminhar por muitas vias, tentando descobrir as causas de tamanha tragédia, quer sejam elas dos poderes econômicos do mundo, do descaso político para as populações empobrecidas, da saúde pública precária e até teorias de conspiração, todas elas viáveis. No entanto, sei que Deus é soberano na história e acima dela.
Lembro-me do texto de II Crônicas 7.14. Impossível não se pensar nele nas atuais circunstâncias: “E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face, e se arrepender dos seus maus caminhos; então eu ouvirei do céu, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra”. Como em todas as épocas da história em que o povo de Deus esteve em situações desesperadoras, o caminho apontado foi o do clamor, da humilhação, da busca e do arrependimento, que se traduz em ações práticas que estejam ao alcance de cada um. Assim o Senhor há de ouvir, perdoar e sarar a terra, a minha cidade e a sua tristeza, e o choro da nossa alma.


(Publicado em OJB, 23ago09)

Um comentário:

  1. Olá pastora,estava procurando um texto Batista e vim parar aqui,gostei muito de seu blog.Parabéns!Graça e paz.

    vilma blog Celeiro Missionário http://vilma-wwwsoparamigos.blogspot.com

    ResponderExcluir