terça-feira, 8 de março de 2016

A MARAVILHA DE SER DISCÍPULA DE JESUS (DIA INTERNACIONAL DA MULHER)

“Ora, enquanto ele dizia estas coisas, certa mulher dentre a multidão levantou a voz e lhe disse: Bem-aventurado o ventre que te trouxe e os peitos em que te amamentaste. Mas ele respondeu: Antes bem-aventurados os que ouvem a palavra de Deus, e a observam” (Lucas 11:27-28).
Zenilda Reggiani Cintra

Esse texto nos mostra uma mulher que elogiou a Jesus. Ele não desprezou o elogio, mas aproveitou a oportunidade para desafiá-la a uma fé mais profunda. 

Jesus deu a entender que havia uma dimensão maior para a vida das mulheres do que a maternidade: bem aventuradas “são os que ouvem a Palavra de Deus e lhe obedecem”. 

Sua própria mãe, Maria, iniciou a sua obediência como mãe com a declaração da identidade de serva do Senhor: “Disse então Maria: Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1.38). 

Desse modo Jesus estava convidando todas as mulheres a encontrarem sua identidade no relacionamento com o seu Deus e a sua missão na obediência ao Senhor.

Vivemos um momento em que as mulheres gravitam entre dois polos: do tradicionalismo, que quer limitar a mulher a determinados papéis, e daqueles que querem que a mulher encontre sua identidade em alguma vocação secular importante ou defendendo alguma ideologia.  Então, um diz: o lugar da mulher é o lar. E o outro, o lugar da mulher é nas universidades, em empresas, no governo ou em alguma organização social.  Mas como fica o interior da mulher, o seu eu mais profundo, em que ela vai firmar a sua identidade e o seu senso de valor?
Jesus veio trazer a solução para todos na liberdade que ele oferece. É por isso que no início do seu ministério ele leu Isaias 61: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para pregar boas novas aos pobres. Ele me enviou para proclamar liberdade aos presos e recuperação da vista aos cegos, para libertar os oprimidos e proclamar o ano da graça do Senhor "(Lc 4.18,19)).

Incontáveis mulheres ao longo dos séculos se apropriaram dessa libertação em Cristo Jesus e nele encontraram sua identidade como discípulas e deixaram fluir essa identidade em seus papéis. 

Esse é o terceiro caminho que Cristo nos oferece, não do tradicionalismo ou do secularismo, mas o caminho do relacionamento com ele, de discípulas de Jesus. A Bíblia está repleta de histórias de mulheres cujos papéis fluíam da identidade de discípulas amadas.
Quando se pensa em discípulos de Jesus, sempre nos lembramos de homens como Pedro, Tiago e João, abandonando as redes. Mas há outra parte da história. Em Lucas 8.1-3, encontramos Joana, Susana, Maria Madalena e várias outras que deixaram tudo para trás e seguiram a Jesus para divulgar o evangelho. Maria Madalena anunciou a ressurreição aos discípulos homens. Antes disso, Jesus a aceitara como pessoa, dando-lhe a nova identidade de discípula. Ao fazer isso, Jesus podia estar desenvolvendo a base da personalidade corajosa dela, o que seria muito útil quando teve que enfrentar a rejeição dos discípulos que não acreditaram na sua mensagem. Para Jesus, a identidade de discípula leal de Maria Madalena possibilitou seu papel de proclamadora das boas novas.
Quando respondemos ao amor de Jesus de todo o coração, caminharemos confiantes, seremos libertas do tormento da baixa auto-estima e dos medos que nos impedem de falar do evangelho. Então poderemos ministrar o amor ao próximo como agentes de cura para os feridos, catalisadoras de mudanças onde houver necessidade de corrigir o erro e como voz profética onde houver necessidade de proclamação da Palavra de Deus.
(Texto com base no livro A Identidade Feminina Segundo Jesus, Kari T. Malcolm, Ed. Vida)

(Publicado em O Jornal Batista, 13 de março de 2016)