domingo, 3 de maio de 2009

MULHER, FAMÍLIA E A PERMANÊNCIA NA IGREJA

O maior anseio das mulheres, no decorrer dos tempos, tem sido o bem-estar de suas famílias . Mesmo hoje, aliada à realização profissional e acima dela, na maioria das vezes, está a luta árdua para se ter lares estruturados e felizes. Para isso, mulheres mudam seus padrões, saem do espaço conhecido e vão em busca de ajuda.
A história da siro-fenícia, em Mateus 15, ilustra bem esse quadro. Uma mulher não pertencente ao povo da aliança, acostumada ao seu contexto cultural e religioso, com um uma filha doente aprisionada por Satanás. Uma família exposta à dor, ao constrangimento e ao desespero. Jesus ultrapassa os limites esperados e vai até onde aquela mulher e sua família estão. O encontro acontece e ela tem a oportunidade de expressar sua fé genuína, seu sofrimento e seu pedido de socorro. Jesus a acolhe, dialoga, contraria os opositores e ordena a cura da filha, mudando o futuro daquela família.
Esse sofrimento feminino, nesse caso com doença, mas que pode ser por rebeldia de filhos, saúde, vícios, infidelidade, violência, finanças e outros, tem gerado uma busca incessante de ajuda por parte das mulheres, provocando mudanças no cenário religioso.
Uma pesquisa mencionada no capítulo Religião e Secularização, do livro Gênero e Religião no Brasil , organizado por Sandra Duarte de Souza, Umesp, revela alguns dados a respeito da mudança religiosa de mulheres. Realizada na cidade de São Bernardo do Campo, SP, entre mulheres metodistas, presbiterianas e batistas, a pesquisa mostrou que, na maioria das vezes, são as mulheres que tomam a iniciativa de mudança de igreja, levando a família, e apontou os motivos. O primeiro deles, mencionado por 59% das mulheres, é a busca de cura para os filhos e consolo no caso da morte destes. Em segundo lugar, com cerca de 45% , é a mudança ocasionada por doença ou morte do cônjuge. Em terceiro lugar, com quase 40% das menções, problemas conjugais como infidelidade, e em quarto lugar, a saúde pessoal. A autora opina que “As representações sociais acerca da mulher enquanto cuidadora se confirmam nesse quadro. Ela é, em última instância, a responsável pelo bem-estar dos filhos e do marido, portanto, os problemas correspondentes a eles são transformados imediatamente em motivos de busca religiosa dessas mulheres, forçando o sagrado a uma necessária adequação às suas demandas”. Uma das conclusões é que a fidelidade à instituição religiosa vai até ao ponto em que as necessidades familiares são atendidas.
Possivelmente, essa pesquisa é uma amostra do que acontece também ao nosso redor. Diante desse quadro, precisamos refletir a respeito de uma pastoral relevante para mulheres. Momentos de sofrimento e conflitos familiares são oportunidades de ministrar o amor de Jesus. À igreja cabe desenvolver ações para chegar até onde as mulheres estão, criando caminhos para ouvir os clamores de cada uma, gerar segurança para o diálogo e apoio, desenvolver a fé e abrir oportunidades para os milagres, que só Jesus pode fazer
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Publicado em O Jornal Batista, em 03 de maio de 2009
http://www.ojornalbatista.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=1172&Itemid=30

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