quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

NATAL - SEMPRE NATAL E LOUVOR

Natal sempre é Natal, a gratidão a Deus pelo nascimento do seu Filho amado. Não importa se ele não nasceu mesmo em dezembro ou que fizeram um grande comércio em torno da data. O que importa, mesmo, é o louvor dos nossos corações, não esquecendo também que se torna uma ocasião tão especial para estarmos juntos em família, renovando nossos contatos e nossa comunhão.

Tenho muita compaixão quando ouço pessoas dizerem que não gostam do Natal porque relembram da infância, queridos que se foram e situações que resultaram em trauma. É muito comum ouvirmos essas considerações de mulheres que enumeram os motivos que não gostam do Natal. Ou ainda de pessoas sozinhas que se recusam, ou não encontram forças, para viver as alegrias do Natal.
Gosto do Natal. Amo o Natal. Porque Natal é Jesus. Não importam as circunstâncias em que estou envolvida a cada ano porque o motivo real da festa é Jesus, que continua sendo o Salvador amado, aquele que se fez um pequeno bebê em Belém, enchendo de ternura o nosso coração e permitindo-nos identificar-nos com sua trajetória. História capaz de tornar nossos Natais, quer em casa quer nas igrejas, cheios de alegria por ver nossas crianças também louvando a Deus pelo pequeno bebê, o grande Deus Salvador.
Quando era criança, nossos Natais eram cercados de grande emoção. Era difícil o dia 24 não chover e lá íamos nós, com as roupas e calçados novos, na chuva. O último trecho para chegar à igreja era de terra e havia muita lama. Ficávamos descalços e quando chegavámos, eu e meus irmãos, lavávamos os pés e colocávamos novamente os sapatos. E tudo era festa! Os enfeites, a árvore, os cânticos,  a peça teatral, as poesias e, no fim, os doces para todas as crianças. Que maravilha! Tudo sem muitos recursos, sem pompa e circunstância, mas com o foco bem centrado naquele que adorávamos: o Deus nascido entre nós.
Talvez seja por esse legado, com o foco tão bem definido, que gosto do Natal. E as gerações se sucedem e nos empenhamos em que elas também percebam e saibam o verdadeiro motivo do Natal, aquele que deve nos levar a ter o coração cheio de alegria e louvor: o Deus conosco,  o Rei Jesus.
(Pra. Zenilda Reggiani Cintra. Publicado em OJB 23dezembro12)

PÁSCOA - E AS MULHERES TAMBÉM!

Como é bom perceber a presença das mulheres no clímax da missão de Jesus aqui na terra! Lucas, de uma maneira singular, intercala a narração do julgamento, morte e ressurreição de Jesus, pontuando a presença e a ação das mulheres. Não são mulheres quaisquer, mas aquelas que acompanhavam Jesus desde a Galiléia (23.49): Maria Madalena, liberta de Satanás (Mar 16.9); Joana, curada de uma enfermidade (8.2); Maria de Cleopas e algumas outras. João cita ainda a presença da mãe de Jesus (19.25).

Tento imaginar como foi para cada uma delas, com toda a sensibilidade feminina, estar lá e testemunhar, em primeira mão, o sofrimento do Mestre amado. Mesmo em meio a tanta tristeza, elas deixaram evidentes algumas características próprias das mulheres, que tanto abençoam o Reino de Deus.

Primeiro, elas observaram. “... e as mulheres que também o haviam seguido desde a Galiléia, estavam de longe vendo estas coisas” (Luc 23.49). Depois, acompanharam o seu corpo quando foi levado: “E as mulheres também seguiram e viram o sepulcro, e como foi posto o seu corpo” (Luc 23.55).

Todos nós sabemos o final. Sabemos que Cristo ressuscitou dentre os mortos, mas a ressurreição não tinha acontecido ainda e a dor destas mulheres era esmagadora. Podemos imaginar que, nas suas mentes, os sons e as imagens da crucificação pesavam fortemente. Elas tinham visto e ouvido tudo. As últimas palavras de Cristo, “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito” (Luc 23.46), ainda ecoavam em seus ouvidos.

Em segundo lugar, estas mulheres agiram (23.56). Elas prepararam as especiarias e o que era necessário para embalsamar o corpo do Senhor. Deixaram passar o sábado e no domingo pela manhã foram ao sepulcro. Mas as circunstâncias mudaram seus planos. O verso 24.4 diz que elas ficaram “muito perplexas” pois o túmulo estava vazio. Os dois anjos, como elas estavam com medo e curvaram seus rostos para a terra, disseram: “Por que vós buscais a vida entre os mortos? Ele não está aqui, mas ressuscitou” (Luc 24.5-7).

É maravilhoso o que acontece em seguida: elas não guardam só para si e procuram os discípulos, narrando os acontecimentos, ainda que eles não acreditem nelas, talvez porque eram mulheres. E foi a Maria Madalena que Jesus primeiro apareceu após ressuscitar. Apesar das mulheres terem pouca influência na cultura daquela época e nenhuma autoridade para falar sobre assuntos religiosos, Jesus deu a elas o papel de anunciar a outros a sua ressurreição. Por quê? Talvez Jesus quisesse deixar bem claro que foi pelos pecados das mulheres e dos homens que ele morreu e que ambos têm o mesmo valor para ele.

Faz sentido perceber por que foram as mulheres que demonstraram o seu amor de maneira tão clara e ficaram aos pés da cruz de Cristo e depois acompanhando de perto o seu corpo, enquanto a maioria dos discípulos homens fugiram para salvarem suas vidas. Elas tinham uma dívida de gratidão infinita, a mesma de todas nós. Aleluia!
(Pra. Zenilda Reggiani Cintra. Publicado em OJB 08abril12)