quinta-feira, 18 de junho de 2009

O PREPARO E O VOO DA AIR FRANCE

Muitas histórias estão sendo contadas sobre as vidas dos que embarcaram no voo 447, da Air France, que lamentavelmente desapareceu dos radares no Atlântico, evidenciando uma grande tragédia. Entre elas, a da sueca Christine Schnabl, engenheira de 34 anos que vivia no Brasil, que nunca viajava com a família inteira em um mesmo avião. Conforme o jornal A Folha de São Paulo, de 3 de junho de 2009, dessa vez, Christine e seu filho, de cinco anos, foram pela Air France e seu marido e a filha, de três anos, por outra companhia, algumas horas antes dela.

O que leva uma mulher, sistematicamente, a separar a família em viagens de aéreas? A explicação de familiares é que ela queria evitar que, em caso de acidente, os filhos perdessem o pai e a mãe ao mesmo tempo. De alguma forma, essa mulher preparou-se para a vida e para a morte. Para a vida, porque ela poderia ser a pessoa que ficaria para continuar a família caso o seu marido morresse e, para a morte, porque ele cuidaria dos que ficassem, como aconteceu.

A figura de se pensar na vida como uma grande viagem é comum. Empreendemos um roteiro, às vezes estabelecido por nós mesmos e outras vezes por pessoas e circunstâncias. Quando crianças, achamos que a viagem é uma grande aventura; quando jovens, uma festa. À medida que os anos passam, percebemos que essa viagem, a vida, é uma grande responsabilidade e as decisões têm consequências, positivas ou negativas.

Outro dia, João Gordo, aquele da MTV, dizia que ainda hoje sofre as sequelas de um período de vida em que viveu “loucamente” nas drogas. Chico Anísio, o comediante, afirma que tem um “único” arrependimento: o de ter fumado cigarros por longos anos e por isso viver hoje a agonia de um enfisema pulmonar. Dia desses, em meu gabinete, uma mulher lamentava o fato de ter tido um filho em um período de rebelião contra Deus e os seus pais e, por causa disso, apesar de ter constituído uma família, ver esse amado filho sofrer e ter que administrar, permanentemente, conflitos familiares.

Hoje se fala muito em medidas preventivas. Alguns planos de saúde, por exemplo, têm centros médicos avançados, que desenvolvem tratamentos para evitar ou, pelo menos, minimizar problemas de saúde futuros.

A vida é uma sucessão de decisões. Como as de Christine, que preservou a sua família, ou pelo menos parte dela. Um preparo que, talvez, ela jamais imaginaria que teria razão de ser. Sem entrar no mérito da decisão, o que está diante de nós é a necessidade de nos prepararmos para a vida e os desafios que ela traz.

Diante de tragédias como essa, do voo Rio-França, somos confrontados com a fragilidade da vida, que é “como a erva, que de madrugada cresce... e a tarde murcha e seca...e acabam-se os nossos anos como um breve pensamento”(Sl 90.5,6,9) e de pedir ao Senhor: “ensina-nos a contar os nossos dias, de tal maneira que alcancemos corações sábios”(Sl 90.12).

(Publicado em OJB - ed. 210609).

Um comentário:

  1. Paz amada pastora!!
    Lindo seu blog e esta msg....
    Que Deus continue abençoando esse canal que leva as msgs de Deus a todos que tem sede Dele.

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