segunda-feira, 22 de março de 2010

DIA INTERNACIONAL DA MULHER - JUSTIÇA

Já se passaram mais de 100 anos desde a primeira comemoração do Dia da Mulher, observado neste mês de março.
Em 1910, um grupo de mulheres alemãs propôs que houvesse um dia especial quando as reivindicações por melhores condições de trabalho e diminuição da jornada, o direito à educação e ao voto feminino teriam maior visibilidade. Em 1911, aconteceu o grande incêndio em uma fábrica de New York, quando morreram 147 operárias e desde então o fato é lembrado como um marco que justificou a luta.
Em 1977, a ONU incorporou a data em sua agenda e os governos são incentivados a fazer, como parte das comemorações, um balanço dos progressos e obstáculos à cidadania das mulheres. O propósito também é levar o conjunto da sociedade a refletir sobre as formas de enfrentar as desigualdades de gênero, ou seja, pela igualdade de direitos entre homens e mulheres, em diversas áreas. Os governantes e sociedades são pressionados a elaborarem políticas públicas anti-discriminatórias, além de promover ações para a conquista da cidadania plena das mulheres.
Toda a luta simbolizada pelo Dia Internacional da Mulher pode-se resumir a uma palavra: justiça. Para nós, povo de Deus, a justiça, michpat no hebraico, traduzido por direito, é a busca do prevalecimento do que é absolutamente certo diante de Deus e de todos. Desde o início da história Deus fez valer o direito das mulheres na sua progressiva revelação.
É assim que vemos no AT, quando o salmista escreve no Sl 146, que o Senhor é um Deus: que faz justiça aos oprimidos, dá o pão aos famintos, liberta os prisioneiros, abre os olhos dos cegos , endireita os encurvados, ama os justos, protege os estrangeiros e sustenta o órfão e a viúva.
A Bíblia mostra o Senhor fazendo justiça às mulheres oprimidas pela ótica patriarcal: Agar socorrida com seu filho no deserto (Gênesis 16); Débora, louvada por sua coragem e sagacidade militar (Juízes 4), Hulda, por sua pedagogia de se fazer entender pelos simples e poderosos (2 Reis 22); Ana na sua esterilidade (I Samuel 1); Rute, alvo de preconceito por ser uma estranha entre o povo hebreu, e muitas outras.
Podemos constatar a justiça de Jesus, a plena revelação de Deus, no NT. Sua missão foi (Lucas 4): anunciar as boas novas de Deus aos pobres, proclamar a libertação aos presos, recuperar a vista aos cegos e libertar os oprimidos. Essa justiça contemplou também as mulheres. Em sua atividade pública, Jesus se fez acompanhar pelos doze e por algumas mulheres: Maria Madalena; Joana, mulher de Cuza, o procurador de Herodes; Susana e várias outras. Portanto, o grupo de discípulos de Jesus não era constituído só de homens. Os evangelhos registram vários encontros de Jesus com mulheres. O mais intrigante deles é o seu diálogo teológico com a samaritana à beira do poço de Jacó, que foi a primeira pessoa a quem se revelou como Messias.
O primeiro milagre de Jesus foi para atender ao pedido de uma mulher, Maria, sua mãe. Jesus curou várias mulheres, como a aleijada da sinagoga; a filha de Jairo; a mulher que há 12 anos sofria de hemorragia, a filha da Cananéia e outras.
Descobrir que a mulher na Bíblia é alvo da justiça divina da mesma forma que os homens é questionar aqueles que insistem em ignorar o papel da mulher em pleno século 21, negando seus direitos e questionando sua cidadania plena diante de Deus, para o qual “não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus.” (Gálatas 3:28).

Pra. Zenilda Reggiani Cintra - publicado em OJB 210310

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