quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

NÓS NÃO CHORAMOS MAIS (PARTE DOIS)



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Zenilda Reggiani Cintra
Há pouco tempo escrevi um texto com o mesmo título, com ênfase de que precisamos nos sensibilizar diante do que acontece com o ser humano, alvo de tanta violência e destruição provocadas pelo maligno. 

Sensibilizarmo-nos, cristãmente falando, é levar nossas emoções diante do Senhor, suplicando sua interferência na história.
Mas é possível também olhar por outro viés, aquele de que precisamos de espaço para chorar, derramar nossas lágrimas e sermos acolhidos simplesmente, não por causa do sofrimento do outro, mas em motivo das nossas próprias dores.

Minha amiga perdeu a sua mãe, depois de uma história cheia de feridas, mas ainda com tempo para restauração e coração livre para perdoar. Em nosso abraço de solidariedade disse que queria me encontrar para simplesmente chorar. E chorou.

Na cerimônia fúnebre antes do sepultamento do meu pai, há alguns anos, a família estava perfilada para os cumprimentos e as minhas lágrimas teimavam em cair. Foi quando alguém passou e me disse: cuidado com o choro; olha o testemunho, hein!

Dia desses, depois de algumas perdas significativas de relacionamentos, eu queria chorar. Acredito que sei o suficiente dos princípios bíblicos de perdão, cuidado e soberania de Deus e outros, mas queria apenas chorar. Impelida a racionalizar, não chorei.

Jesus estava olhando para a cidade de Jerusalém e antevendo o sofrimento do seu povo, chorou. Também diante da morte do seu amigo Lázaro, chorou.


Quero apenas, algumas vezes, simplesmente chorar. E também acolher aqueles que choram.

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