Salomão não foi convidado para a festa, mas acontece que ele era filho de Batseba e mentoreado pelo profeta Natã desde a infância e ambos tinham acesso ao espaço e coração do rei. Depois de saber o que estava acontecendo, Davi resolve cumprir sua promessa de que Salomão seria o seu sucessor. Outra festa se inicia, agora não por causa das iguarias, mas em razão da unção, da consagração do novo rei diante de Deus e do povo.
Do lugar onde Adonias estava ele ouviu o barulho da festa legítima de Salomão e, por isso, os seus convidados fugiram com medo e o deixaram sozinho, não lhe restando opção se não a de pedir clemência a Salomão.
Às vezes não somos convidados para comemorações, as que gostaríamos de ir e também para aquelas pelas quais não temos qualquer interesse. O difícil é quando somos excluídos de lugares onde a nossa presença é a que seria legítima, como era o caso de Salomão. Foi preciso que um homem e uma mulher, em parceria, mudassem o curso dos acontecimentos para que a justiça fosse feita e o reino não fosse tomado pela força.
Há momentos em que é preciso agir com estratégias e lucidez para que a legitimidade prevaleça. Alguns levantam bandeiras querendo coroar tradições, ideias não condizentes com a hermenêutica correta das Escrituras, com a fé que professamos e com a justiça e o amor cristãos. Fazem barulho, envolvem pessoas até bem intencionadas, mas as razões são equivocadas. A exclusão reforça o motivo.
É preciso analisar as comemorações e seus objetivos. É preciso reconhecer quando a unção e a consagração acontecem como resultado do cumprimento da vontade de Deus. É preciso que estejamos nos lugares legítimos cujas pessoas querem agradar a Deus. É preciso que lutem juntos, homens e mulheres, para que os escolhidos e as escolhidas de Deus sejam legitimamente reconhecidos.
Pra Zenilda Reggiani Cintra, publicado em OJB 23jun2013
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