Pois bem, então fui fazer o doce. Descasquei as bananas, cortei-as em pedaços e lembrei que alguém, mãe? avó? tinha me falado que queimar o açúcar e colocar depois a banana deixava o doce com aquela cor bonita e foi o que fiz. Em seguida, lembrei-me que alguma mulher, irmã? tia? tinha me ensinado que doce de banana precisa ter cravos para aprimorar o sabor e, então, coloquei-os. Pensei: qual é o ponto do doce? Lembrei-me que uma amiga? irmã da igreja? deu-me a dica que o doce está bom quando começa a despregar do fundo da panela. E não é que o doce ficou uma delícia! Todos gostaram e logo não havia sobrado mais nada.
Fiquei pensando quantas mulheres influenciaram a minha vida nas mais diversas áreas e me ajudaram a construir a minha identidade feminina, a maneira de portar como mulher, de cuidar de mim e das coisas do dia a dia, de trabalhar no Reino de Deus, de demonstrar amor, de escrever e tantos outros detalhes. Lembrei-me da minha mãe, das irmãs, das avós, das tias, das amigas, das professoras, das mulheres da Bíblia, das minhas companheiras de ministério e jornada cristã e tantas, tantas outras que marcaram e marcam a minha história e me fizeram ser quem sou. Pensei também que todas elas são resultado de outras mulheres que passaram por suas vidas e todas nós juntas somos frutos de muitas gerações. Que herança maravilhosa, que legado precioso que cada uma de nós tem!
É claro que nem tudo sempre é perfeito, mas é tão bom olhar para nós mesmas e gostar daquilo que vemos, do resultado da influência de tantas mulheres que se importaram conosco ou que Deus colocou em nossa genealogia. À medida que amadurecemos em Cristo e em nossa personalidade temos condições de lançar esse olhar de gratidão a Deus por nossa herança feminina, reconhecendo que tudo que aconteceu nos fez as pessoas que somos e nos dá as condições para fazermos diferença no mundo.
A influência que exercemos sobre a vida de outras mulheres, a começar daquelas que estão em nossas casas e famílias, mas também se estendendo às outras com as quais convivemos, é algo que precisa estar bem claro para nós. Trilhar um caminho de generosidade e de solidariedade ao invés de uma estrada solitária ou de competição e indiferença é o que nos dará a liga, o elo com as mulheres ao nosso redor. Podemos nos ajudar de maneira informal ou na formalidade de um grupo com intencionalidade de crescimento. O fato é que precisamos umas das outras, das orientações, das palavras amigas, do encorajamento, das orações, do companheirismo e alegria que só o caminhar juntas pode nos oferecer. E aí então o resultado será muito saboroso, melhor ainda que o meu doce de banana.
(Pra. Zenilda Reggiani Cintra, publicado em Visão Missionária, UFMBB, 3T13)
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