sexta-feira, 14 de junho de 2013

DIA (TAMBÉM) DA PASTORA BATISTA

Desde há alguns anos, o Dia do Pastor, comemorado no meio batista no 2º. domingo de junho, também é o Dia da Pastora. Em julho de 1999, a PIB de Campo Limpo, em SP, consagrava a Pra. Silvia da Silva Nogueira, dando início a um novo momento no ministério batista, agora também composto por mulheres. Logo após vieram as mais antigas pastoras titulares que temos, que são:  Terezinha Meirelles, PR, Elisabete Carvalho Teófilo, CE, e Tânia Maria Sobreira,PI.

O pioneirismo das primeiras pastoras consagradas causou muitas reações no meio batista e fora dele, como era de se esperar. Nesta caminhada de quase 14 anos, tomamos conhecimento de outras 149 pastoras que foram consagradas, já excluindo aquelas que saíram da CBB por diversas razões, entre elas a dificuldade de se estabelecerem no ministério devido às resistências culturais. No total, somos hoje 153 pastoras.

Dos estados brasileiros, somente cinco deles não têm pastoras. Não é possível ainda separar por convenção estadual/regional, nos estados que as têm, uma vez que a maioria das pastoras não é filiada à OPBB e por isso os dados são precários. As pastoras, de acordo com as informações que tivemos acesso,  estão assim distribuídas: AC, 1; AL, 1; AP, 2; AM, 1; BA, 12; CE, 6, DF, 3; ES, 2; GO, 1;MA, 1;MT, 2; MS, 4; MG, 4; PA, 3; PB, 13; PR, 6; PE, 9; PI, 1; RJ, 43; RO, 1; SC,16; SP, 21; e o território de Fernando de Noronha,1. (Blog da Pastora Zenilda ).

Além dessas pastoras, ainda há um número incalculável de mulheres que atuam pastoralmente em igrejas, não somente no dom, mas em funções eclesiásticas destinadas a pastores e que não foram ainda consagradas. Ou porque elas mesmas não querem enfrentar as dificuldades que isso significa, ou porque suas igrejas esperam a decisão da OPBB ou ainda porque seus líderes, pastores, ou igrejas não acham que isso é necessário e não abrem nenhuma possibilidade para que isso aconteça, diferentemente quando há homens vocacionados nos mesmos locais.

O ministério pastoral feminino nas igrejas batistas da CBB é uma realidade irreversível. Os seminários batistas, como também de todas as outras denominações, preparam as mulheres para o ministério, reconhecendo que Deus as chama também. A resistência é somente ao título de pastoras porque grande parte destas mulheres, na prática, exerce o ministério pastoral nas igrejas. À medida que as barreiras culturais e de gênero forem sendo vencidas nos meios denominacional e eclesiástico, mais mulheres serão consideradas como aptas para o ministério pastoral.

Neste Dia do Pastor, e da Pastora, que o Senhor receba as lágrimas de centenas e centenas de mulheres, do passado e do presente, que ofereceram suas vidas em sacrifício vivo, e muitas vezes as suas reputações e comodidades,  em resposta ao amor de Deus, revelado em Cristo Jesus. Que a estrada pioneira que todas as pastoras têm trilhado seja um espaço por onde, nos anos vindouros, milhares de outras mulheres possam percorrer com coragem e determinação. E isso será bem mais possível se, nos dias de hoje, as igrejas e as instituições trilharem um caminho de justiça e equidade.
(Publicado em OJB, Pra. Zenilda Reggiani Cintra, 09jun2013)

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