sexta-feira, 6 de abril de 2012

PÁSCOA - COM ELE ATÉ O FIM

Elas estavam lá: “E junto à cruz estavam a mãe de Jesus, e a irmã dela, e Maria, mulher de Clopas, e Maria Madalena” (João 19.25). No momento decisivo da história da redenção, Deus permitiu que as mulheres tivessem a sua participação registrada para sempre, mais uma vez tornando real o seu amor inclusivo.


Por que elas ficaram com Jesus até o fim, talvez com o risco das suas próprias vidas? Certamente, um dos motivos era o sentimento de amor e de cuidado. Duas das mulheres eram parentes suas, sua mãe e sua tia, e a presença delas significava amparo e consolo naquela hora tão difícil para Jesus.


Um outro motivo, possivelmente, era que as mulheres queriam ver com os próprios olhos algo aparentemente inacreditável. Elas deviam estar perplexas diante da realidade. O pensamento dos discípulos, grupo do qual faziam parte, era que o Messias seria vitorioso, restauraria a glória dos tempos do rei Davi, e agora, contrariando tudo o que esperavam, viam o Cristo ser morto em uma cruz.


Além do mais, elas tinham visto os milagres de Jesus, experimentado o seu poder, contemplado sua bondade, testemunhado a transformação da vida de muitas pessoas e a gratidão e devoção dos seus corações não permitiam que estivessem longe na hora do sofrimento.


E porque elas permaneceram com Jesus até o fim quando muitos já tinham perdido a esperança e estavam cheios de medo, tiveram o privilégio, ainda que doloroso, de serem testemunhas do cumprimento das profecias: o sofrimento de Jesus, seu abandono por muitos, sua crucificação, as roupas repartidas, os dois criminosos ao seu lado, seu clamor na cruz, sua morte e a escuridão que se fez e tantos outros detalhes que fizeram parte do sacrifício do Senhor Jesus em nosso lugar, para perdão dos pecados de cada uma delas e de cada um de nós.


Mas elas também estavam presentes na ressurreição: “Passado o sábado, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, e Salomé, compraram aromas para irem embalsamá-lo. E, muito cedo, no primeiro dia da semana, ao despontar do sol, foram ao túmulo” (Marcos 16.1,2).


Por que estavam lá? Porque queriam cuidar de Jesus até o fim, demonstrar o amor por ele e de alguma maneira queriam estar perto, ainda que pensassem que o corpo dele estava sem vida.


E porque elas continuaram com o Salvador até o fim, quando muitos estavam escondidos e temerosos, puderam ver a pedra removida, o anjo vestido de branco, e Maria Madalena viu o próprio Jesus, o Raboni, e com ele falou face a face, recebendo o comissionamento para o testemunho.


Certamente, a razão maior das mulheres terem permanecido ao lado de Jesus, em sua morte e ressurreição pode ser compreendida nas palavras do apóstolo Pedro quando disse: “Senhor, para onde iremos nós? Tu tens as palavras de vida eterna e nós temos crido e conhecido que tu és o Santo de Deus” (João 6.68.69).


Da mesma maneira que as mulheres no passado, pessoas em todos os lugares e em todos os tempos do cristianismo também têm permanecido ao lado de Jesus andando com ele, sofrendo por ele, morrendo todos os dias por amor a ele, ressuscitando para uma nova vida e sendo testemunhas de que ele continua vivo e cheio de poder. E com ele permaneceremos, até o fim, porque para onde iremos nós se não para Jesus?
Zenilda Reggiani Cintra.

(Publicado em O Jornal Batista, 04abril2010)

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