Zenilda Reggiani Cintra
Pra
variar, como faz com outras datas, o comércio quer transformar o dia 08 de
março no Dia da Mulher e o mês de março no Mês da Mulher no pretexto de se
fazer homenagens. A data não tem esse objetivo e nós, como a igreja do
Senhor Jesus, comprometida com a justiça, não podemos nos render à banalização
desse dia.
O Dia
Internacional da Mulher remete ao ano de 1857, quando operárias têxteis de uma
fábrica de Nova Iorque entraram em greve, ocupando a fábrica, para
reivindicarem a redução de um horário de mais de 16 horas por dia para 10
horas. Nas suas 16 horas, recebiam menos de um terço do salário dos homens. No
entanto, a greve terminou em tragédia pois os patrões não cederam,
trancaram as portas e um incêndio no local provocou a morte de 130 mulheres. Em
1910, numa conferência internacional de mulheres, realizada na Dinamarca, foi
decidido, em homenagem àquelas mulheres, comemorar o 8 de Março como "Dia
Internacional da Mulher". Desde então, o movimento em favor da defesa da
mulher e reivindicação dos seus direitos de cidadania plena tem ganhado espaço
em todo o mundo.
O QUE
AS IGREJAS DEVEM ENFATIZAR NESTE DIA
Não podemos ficar indiferentes às injustiças das quais a mulher é vítima. Para se ter uma ideia do que é a realidade da mulher no Brasil,
não se precisa ir muito longe. Basta observar o tratamento desrespeitosa que se dá as
mulheres muitas vezes do nosso círculo social, as piadas e brincadeiras que
tiram o valor da mulher e a atribuição de um valor menor à mulher. Acredito que
todo brasileiro tem alguma mulher do seu convívio que sofre algum tipo de
violência, seja verbal ou física, e que se submete a esses maus tratos sem
qualquer reação, achando que isso faz parte da sua condição de mulher. Assim foi com suas avós, com suas mães e agora com elas.
Nesta
semana, repercutiu a decisão da Câmara dos Deputados que aprovou, no
dia 3 de março de 2015, o projeto de lei 8305/14 do Senado Federal, que altera
o Código Penal e inclui o feminicídio na lista de homicídios qualificados, além
de colocá-lo entre os crimes hediondos. O texto segue para sanção presidencial.
Feminicídio é o ato de matar uma mulher pelo simples fato de ela ser do sexo
feminino. Vale a pena ler Feminicídio: desafios e recomendações
para enfrentar a mais extrema violência contra as mulheres em http://goo.gl/27Cmpu.
Entre vários trechos que poderia destacar desse artigo, chamou-me a atenção os dados sobre violência no Brasil: “Com uma taxa de 4,4 assassinatos em 100 mil mulheres, o Brasil está entre os países com maior índice de homicídios femininos: ocupa a sétima posição em um ranking de 84 nações, segundo dados do Mapa da Violência 2012 (Cebela/Flacso). Mais de 43 mil mulheres foram assassinadas no País na última década, uma realidade vergonhosa que torna a tipificação penal do feminicídio uma demanda explícita e urgente, cuja real aplicação tem no Judiciário elemento indispensável, comenta Flávio Crocce Caetano, secretário de Reforma do Judiciário do Ministério da Justiça”.
Entre vários trechos que poderia destacar desse artigo, chamou-me a atenção os dados sobre violência no Brasil: “Com uma taxa de 4,4 assassinatos em 100 mil mulheres, o Brasil está entre os países com maior índice de homicídios femininos: ocupa a sétima posição em um ranking de 84 nações, segundo dados do Mapa da Violência 2012 (Cebela/Flacso). Mais de 43 mil mulheres foram assassinadas no País na última década, uma realidade vergonhosa que torna a tipificação penal do feminicídio uma demanda explícita e urgente, cuja real aplicação tem no Judiciário elemento indispensável, comenta Flávio Crocce Caetano, secretário de Reforma do Judiciário do Ministério da Justiça”.
Chama
ainda a atenção a tolerância com a violência e a responsabilidade das
instituições, e podemos apontar a igreja como uma delas: “De acordo com o
Mapa da Violência, altas taxas de feminicídio costumam ser acompanhadas de
elevados níveis de tolerância à violência contra as mulheres e, em alguns
casos, são exatamente o resultado dessa negligência. Os mecanismos pelos quais
essa tolerância é exercida podem ser variados, mas um prepondera: a culpabilização
da vítima como justificativa dessa forma extrema de violência. Basicamente, o
mecanismo de autojustificação de várias instituições, principalmente aquelas
que deveriam zelar pela segurança e pela proteção da mulher, coloca a vítima
como culpada. A mulher é responsabilizada pela violência que sofre”.
Comemorar
esse dia, como igreja, significa render a Deus louvor pela maneira singular que ele criou a mulher e pela igualdade do ser humano diante dele, seja macho ou fêmea. Significa também reafirmar o valor de cada mulher respaldado na Palavra, o acolhimento que Deus sempre deu às mulheres e o papel importante delas na história da Revelação, da igreja e nos dias de hoje, sem discriminação de dons e funções. É também uma oportunidade de enfatizar a importância da ação e oração de cada mulher, como discípula de Jesus, e também da igreja em favor daquelas mulheres que no Brasil e no mundo sofrem injustiça e violência. Por último, pode significar também um momento de homenagem, por que não, expressando o amor e a apreciação para as mulheres da igreja, certamente guerreiras e valorosas, mulheres de Deus!
Mulher
ResponderExcluirIvone Boechat
Um aroma suave
exalou das mãos do Criador,
quando seus olhos contemplaram
a solidão do homem no Jardim!
Foi assim:
o Senhor desenhou
o ser gracioso, meigo e forte,
que Sua imaginação perfeita produziu.
Um novo milagre:
fez-se carne,
fez-se bela,
fez-se amor,
fez-se na verdade como Ele quer!
O homem colheu a flor
beijou-a, com ternura,
chamando-a, simplesmente,
Mulher!
Publicado no livro Amanhecer 3ª edição Reproarte 2004 RJ
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