Muitos vão
escrever sobre D. Margarida Lemos Gonçalves nestes dias, em razão da sua partida
para a eternidade em 13 de junho de 2012. Mas não posso deixar de registrar,
também, minha homenagem a essa mulher singular, que marcou a minha vida e a de
milhares de pessoas, quer por conhecê-la pessoalmente ou por meio do registro
de sua história na mídia denominacional. Lamentavelmente, pelo menos que tenha
conhecimento, não há nenhum documentário a seu respeito ou de qualquer outra
personalidade batista porque, de maneira geral, achamos que investir em
documentação ou preservação histórica é jogar dinheiro fora, na verdade
refletindo uma cultura geral.
Foi
justamente a preservação histórica que foi o assunto da nossa última conversa, em
Foz do Iguaçu, PR, em janeiro de 2012, por ocasião da assembleia convencional. Ela
me chamava de Reggiani, com seu carinho de sempre, desde que a conheci na
década de 1980 quando trabalhávamos na JMN, ela no campo e eu na sede. Ela
queria falar a respeito do Colégio Batista, em Tocantínia, TO, agora
administrado pelo governo do Tocantins. Não houve tempo hábil, já que ela ficou
de me escrever, mas estava atarefada com o Colégio e em seguida adoeceu.
Lembrei-me dia
desses que, em certa ocasião, ela me disse que ter que lidar com mudanças era a
questão mais difícil de enfrentar à medida que o tempo passava. Em mais de 60
anos como missionária, teve ocasião de experimentá-las, muitas, em seu
trabalho, sua saúde, sua equipe e todas as alterações na liderança e diretrizes
denominacionais e, certamente, umas foram mais fáceis e outras mais difíceis,
mas ela venceu-as todas.
Quando penso
nos caminhos de uma mulher de Deus, tenho em mente mulheres como D. Margarida,
que fazem diferença por causa do comprometimento com o Senhor e a missão por
ele confiada. Ela foi alguém que, procurando imitar ao seu Mestre, com toda a
sua esmerada formação educacional, fez-se em forma de serva e identificou-se
com o povo do sertão do Brasil para mostrar, por meio de suas ações, o amor do
Pai. E foi assim até que a última mudança aconteceu: a partida para o lar
celestial. Até o fim.
(Pra. Zenilda Reggiani Cintra, publicado em OJB 22julho2012)
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