Zenilda Reggiani Cintra
(Texto inspirado em uma ministração de Gedimar Araujo, Lider Nacional do Mapi)

O rapaz foi assassinado ao lado da sua casa, com a própria
família como testemunha. Apenas 24 anos! Como amenizar a dor dessa mãe? Outra chora a partida de seu filho de 40 anos, morto quando abria as portas da
sua empresa em um dia pela manhã.
E nós não choramos mais.
Cristãos são mortos nos países árabes, pessoas morrem
vítimas de bactérias e vírus novos e outros antigos que ressurgem, mulheres são
vítimas de estupros usados como estratégias de conflitos, crianças lutam e
morrem nas guerras ensandecidas dos adultos.
E nós não choramos mais.
Não sentimos a dor do outro e a levamos a Deus em oração.
Nossos olhos se secaram por causa das nossas próprias lutas, porque nos
acostumamos com a violência, porque notícias e filmes que mostram as mazelas do
mundo confundem nossas mentes e já não distinguimos o que é ficção e o que é
realidade.
Nós não choramos mais.
Nossos corações estão endurecidos porque somos já a terceira
ou quarta gerações de crentes na família e talvez a fé não fingida de nossos
antepassados já se esfriou em nós. O mundo é tão fácil, a vida é tão boa e as
bênçãos são tão grandes!
E nós não choramos mais.
Pessoas de nossos relacionamentos e familiares enfrentam
problemas de saúde, dificuldades com filhos dependentes químicos, depressão,
falta de perspectiva e esperança, solidão e desamparo e ficamos indiferentes
como se aquilo não tivesse nada a ver conosco.
E nós não choramos mais.
Ao redor das nossas casas e templos das igrejas, nas
cidades, pessoas em desespero e solidão se suicidam, jovens vagam pela noite em
busca de sentido para a vida, mulheres e homens se entregam à prostituição e
lares são destruídos.
E nós não choramos mais.
Muitas vezes o choro é necessário e é um clamor da alma por
uma determinada situação. Na cultura judaica era comum o povo expressar suas
emoções através do choro, lamentos, orações e jejum.
Jesus nos dá exemplo de compaixão: "E, quando ia chegando,
vendo a cidade, chorou sobre ela" (Lucas 19.41).
É hora de chorar e clamar até aquele dia na eternidade
quando: “Deus limpará de seus olhos toda
a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor”
(Apocalipse 21.4).
Publicado em O Jornal Batista, 02novembro2014
Publicado em O Jornal Batista, 02novembro2014
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