domingo, 20 de julho de 2014

O JOGO DOS SETE ERROS

Perplexos. Foi assim que nos sentimos diante do inexplicável resultado do jogo da Alemanha: 7x1. Em um primeiro momento ficamos meio catatônicos, assim como aparentemente os jogadores brasileiros após o primeiro gol do time rival, propiciando a chuva de novos gols.

Lembrei-me do jogo dos sete erros com o qual todos nós brincamos quando crianças, ou talvez até hoje como eu, e que nos trazia um mundo lúdico e divertido. Não foi assim desta vez. Por mais inacreditável que fosse, o placar era real e cruel.

Como razões para cada gol que sofremos, há motivos que são apontados: a falta de jogadores mais preparados, esquemas táticos individuais errados, instabilidade emocional dos jogadores, fragilidade do meio-campo, defesa estática, falta de treino e falta de investimento nas categorias de base. Esses são sete erros possíveis na seleção pinçados das muitas críticas divulgadas pelos meios de comunicação.

Os meses que antecederam a Copa foram palco para milhares de pessoas saírem às ruas a fim de protestar a respeito de questões sociais. Saúde, educação, trabalho, segurança, inflação, moradia e corrupção, sete itens entre tantos outros que entraram na pauta. Foi impressionante a adesão do povo brasileiro e esse movimento retardou bastante o entusiasmo pela Copa do Mundo.

Na raiz de todas as questões levantadas nos protestos, e de outras de nossas próprias vidas, estão sete erros que o ser humano pode cometer e que Deus condena: “olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, o coração que maquina pensamentos perversos, pés que se apressam a correr para o mal, a testemunha falsa que profere mentiras, e o que semeia contendas entre irmãos” (Provérbios 6.16-19).

Que o Senhor nos abençoe e tenhamos atitude para nos livrarmos dos erros: nossos, do governo e da nossa seleção. Que entre o presente e o futuro, em quadros comparativos, possamos ter vidas mais santas, uma nação mais justa e uma seleção muito mais preparada para, enfim, conquistarmos o hexa.

Publicado em OJB 20junho2014

O HINO NACIONAL

Na época da Copa do Mundo, que e-mo-cio-nan-te ouvir o Hino Nacional cantado, uma parte à capela, nas novas arenas esportivas do Brasil. E não só os milhares de pessoas nos jogos, mas também por todo o país, adultos, jovens e crianças se juntando neste coro patriótico motivado pelo futebol e registrado pelas câmeras de tv.

Os hinos nacionais dos países participantes da Copa, legendados em Português, motivaram debates nas redes sociais, especialmente por falarem tanto em derramamento de sangue. Liszt Vieira, Doutor em Sociologia, professor da PUC-Rio, em um trabalho intitulado Morrer pela Pátria? Notas sobre Identidade Nacional, explica que “no caso dos países que travaram guerras de independência nacional, o apelo dos hinos a morrer pela pátria pode ter um duplo sentido: mobilização para a guerra ou homenagem aos soldados que tombaram no campo de batalha”.

No caso do Brasil, a independência em si foi concedida de cima para baixo, mas houve muito derramamento de sangue ao longo três séculos por essa causa e o hino nacional não fugiu do apelo à coragem: “Mas, se ergues da justiça a clava forte,/Verás que um filho teu não foge à luta,/Nem teme, quem te adora, a própria morte”. A história das nações é marcada pelo sacrifício até a morte e é isso que está implícito ou explícito na maioria das canções pátrias.

A história do povo de Deus também é assim, a começar pelo sacrifício de Jesus na Cruz e de homens e mulheres fiéis ao longo da história e em nossos dias, que estiveram e estão dispostos a morrer por sua fé. E este “morrer” significa não somente fisicamente, o que acontece diariamente em muitos países, mas também para os nossos valores, desejos, ações e egoísmo, deixando vir à luz os valores do Reino.


Em assembleias convencionais e igrejas, também é e-mo-cio-nan-te ouvir pessoas de todas as idades cantando aquele que é também o “hino nacional” dos batistas, Minha Pátria para Cristo: “Salve Deus a minha Pátria,/Minha Pátria varonil,/Salve Deus a minha terra,/ Esta terra do Brasil”. E este hino termina com uma referência ao Hino da Independência e é uma metáfora para o desejo que deve estar inflamando os nossos corações: "Brava gente brasileira,/Longe vá temor servil/Ou ficar a Pátria salva,/Ou morrer pelo Brasil”.

Publicado em OJB 13julho2014